Quem ainda se lembra dos famosos seriados americanos dos anos 60/70/80? Quem não se lembra de A Feiticeira, Jennie é um Gênio, Jornada nas Estrelas, Mulher Maravilha etc? Eu sou pré-Wonder Woman. Meu tempo é mesmo aquele das eternas Feiticeira e Jennie. Sou também dos tempos do Maguila, o Gorila, que vivia à venda na loja (pet shops para os mais jovens) do Sr. Peebles e ninguém queria comprá-lo. Sou do tempo do Speed Racer, que depois até virou filme, mas sem a emoção do seriado em desenho animado, já com traços japoneses. E do Nacional Kid? Alguém se lembra? Pois é, eu sou do tempo dele!!!
Neste post não quero escrever muito. Apenas o estritamente necessário. Vou colocar tantas fotos e vídeos quanto eu puder para que vocês possam viajar no tempo, mesmo que algum canal fechado tenha na sua grade alguns desses seriados atualmente. Esses não valem. O que vale é a lembrança gostosa dos bons tempos. Bons tempos não por causa dos seriados ou desenhos animados, mas por conta da nossa infância (que está caindo em desuso, infelizmente) e adolescência. Quantas de nós, meninas, não sonhamos um dia ser a Samantha Stephens para, “numa viradinha de nariz”, transformar qualquer coisa no que você quisesse? Ahh... Meus caros leitores, podem dizer o que quiserem, mas sonhar é muito bom! Então, vamos aos bons tempos! A propósito, como ficaria inviável falar de todos num só post, farei em alguns capítulos, começando pela campeã de audiência, A Feiticeira. O próximo capítulo, que não necessariamente será postado seguindo a este, ficará como um suspense, OK?!
A Feiticeira
Título Original: Bewitched
Produção: 1964 a 1972
No elenco: Elizabeth Montgomery era Samantha Stephens e Serena (sua prima malvada); Dick York era James Stephens; Agnes Moorehead era Endora (mãe de Samantha); Maurice Evans era Maurice (o pai de Samantha); David White era Larry Tate (sócio de James); Irene Vernon era Louise Tate; Diane e Erin Murphy (gêmeas) eram Tabatha (a feiticeirinha, filha de Samantha e James); George Tobias era Abner Kravitz; Alice Pearce era Gladys Kravitz (os Kravitz eram vizinhos dos Stephens e o casal que os interpretava era sensacional); Marion Lorne era a Tia Clara; Paul Lynde era o Tio Arthur; Alice Ghostley era Esmeralda (uma empregada feiticeira para quem Samantha apelava nas horas em que não tinha com quem contar) e a personagem que eu adorava... Bernard Fox era o Dr. Bombay (o médico da família feiticeira).
A idéia do seriado foi de Sol Saks e sua criação foi de William Asher (que mais tarde veio a se casar com Elizabeth Montgomery), e a produção da Columbia Television.
A casa dos Stephens nos estúdios da Columbia, o prédio atrás, se existia, não era mostrado, claro.
Uma das minhas personagens favoritas, a Tia Clara, um doce de bruxinha.
Tio Arthur, sempre brincalhão e contando piadas sem graça.
Dr. Bambey, o médico da família de feiticeiras.
O casal de vizinhos mais engraçado que havia, Gladys e Abner Kravitz.
Maurice, o pai de Samantha
Elizabeth Montgomery e William Asher nos camarins para as gravações.
Elizabeth com seu pai, Robert Montgomery em 1956
Elizabeth e seus filhos Rebecca e Billy Asherem 1966
A familía Stephens feliz com sua filha bruxinha, Tabatha
O casal-padrão norte-americano do pós-guerra, James e Samantha Stephens
Elizabeth Montgomery no auge de sua carreira e beleza
Dick York no auge de sua carreira e juventude
Dick York, em fev/1992 em Michgan onde faleceu vítima de enfisema pulmonar. Ele foi fumante até o fim de sua vida.
Elizabeth Montgomery em 1984
Aqui em foto de 1994. Elizabeth Montgomery faleceu em 1995 de câncer em sua casa em Bervely Hills.
Para quem gosta de matar a saudade, sem ser saudosista, separe uns 30 minutos para assistir a um dos primeiros episódios a cores de A Feiticeira. O nome do episódio é 'Remember the Main' e está separado em três clips sequenciais, sem dublagem, sem legendas. Com as vozes originais dos atores, que confesso, só hoje escutei pela 1ª vez, pois na TV a série era dublada e, mesmo atualmente, em canais fechados, não consegui assistir a nenhum episódio sem dublagem. Espero que gostem.
No dia 24 de abril deste ano, mais de 30 componentes do coro da Opera Company of Philadelphia e alguns dos principais intérpretes da Traviata, reuniram-se no Reading Terminal Market onde se realizava o Italian Festival. Misturados incognitamente aos visitantes do evento, inesperadamente, começaram a cantar o famoso "Brindisi" daquela ópera. Foi um lindo espetáculo. Generosamente, doaram seu tempo e seus talentos e provaram que o acompanhamento perfeito para qualquer acontecimento Italiano é, sem dúvida, um pouco de Verdi. Mas isso aconteceu nos EUA, país no qual a população está acostumada a consumir cultura. E no Brasil, será que eu vou morrer sem ver este dia chegar? Por uns minutos, enquanto escrevia este texto, fui entrando no meu sonho dourado de ver o povo brasileiro ouvindo e gostando de música clássica, óperas, lendo e comprando bons livros, freqüentando o Teatro Municipal, a Sala Cecília Meirelles...
Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Então, eu sonhei que era a prefeita do Rio de Janeiro e que eu arregimentei uma equipe de pessoas cultas e de bom gosto e puzemos em prática um projeto meu, sem nome específico. Este projeto consistia no seguinte, a prefeitura reuniu todos os cantores e cantoras líricos brasileiros e fizemos exatamente o mesmo que foi feito na Filadélfia. Só que sem muitas pretensões. O intuito era apenas despertar, mesmo que devagar, a atenção do público que não consome cultura no Brasil, que aliás, é quase toda a população. Chamar atenção, mas sem fazer estardalhaço, nada de marketing, propaganda, nada.
Clientes fazendo suas compras calmamente no supermercado
Numa quarta-feira, à tarde, entre 15 e 16h, todos fazendo suas compras e de repente, voilà... Eu adoraria ver a reação no rosto de cada pessoa com seus carrinhos cheios de picanha, carvão e cerveja para o churrasco de fim de semana, ao ouvirem os acordes de uma bela ária de Verdi, Bizet, Puccini. Mas teria de ser assim mesmo, sem que ninguém estivesse esperando.
Estes levariam um baita susto!
E ainda ter-se sempre em mente que seria uma pequena parte da ópera. Nada enfadonho ou que tomasse muito tempo. Já dizia minha avó, “não se pega mosca com vinagre, mas sim com mel”. Passado o “assombro” maravilhoso que a beleza da arte desperta em todos nós, as pessoas começariam a se sentir “dentro” da própria arte do bel canto, mesmo sem ainda saber o que é. Não importa. O que importa é dar ao povo a oportunidade de saber que existem maravilhas com as quais eles nem sonham porque não sabem da sua existência.
Nem os funcionários poderiam saber... Surpresa mesmo.
Mas um projeto assim, não pode ser toda hora, senão o pessoal fica de saco cheio e desaparece. Teria de ser umas poucas vezes em lugares diversos, mas distintos e sem que o público saiba, senão invalida toda a idéia do trabalho.
Libreto da Traviata apresentada na Itália em março/1853
Eu montaria uns pequeninos stands nos quais uma pessoa normal (não uma loura falsa de cabelo alisado) perguntaria se a pessoa gostou do que presenciou. Diante da resposta, ela explicaria ou não (depende do anseio de cada pessoa) o que é uma ópera, como apareceu, sempre sem ser chata. Esse é o pulo do gato. Se sentirmos que, para certa pessoa, o que ela viu foi o suficiente e ela não quiser ver mais nada, pronto. Ela é livre para sumir daquele lugar. Porque a sementinha já estará plantada. E aquela ária ainda vai martelar por um bom tempo na memória desta pessoa.
Nada de imposições, mas sim a sedução do futuro consumidor de cultura.
Para aqueles mais afeitos ao buzz que, mesmo sem querer, acabou acontecendo, teríamos CDs ou DVDs (sempre dependendo do gosto do freguês) para serem distribuídos gratuitamente. Obviamente, nem o CD nem o DVD teriam uma ópera completa. Nada de imposições, o caso aqui é de sedução. Se alguém quiser de qualquer modo um CD com uma ópera inteira, os atendentes (jamais importunando ninguém) gentilmente ofereceriam alguns folders com nomes de óperas e nomes de lojas onde poderiam comprá-lo.
Para quem se interessar mesmo, a indicação do CD.
Teria de ser algo homeopático. Por exemplo, durante um mês aconteceria esse evento surpresa. Talvez... No ano seguinte, em um outro mês surpresa. Tudo dependeria da reação do público. Será que se isso fosse feito de vez em quando, cuidadosamente, é claro (e para isso precisa-se de dinheiro), na geração seguinte já teríamos alguns jovens freqüentando o Municipal, e comprando livros e CDs (não necessariamente de óperas ou músicas clássicas) e DVDs de boa música, bons shows? Uma geração nas minhas contas representa uns 25 anos, será que isso é pedir muito aos super heróis dos supermercados?
Bem... Agora que já acordei do meu sonho, vou formatar o post ouvindo a Ouverture de Così fan tutte, de Mozart. Mas nada se compara à Carmina Burana, uma cantata profana encenada, musicada por Carl Orff em 1937, baseada num manuscrito medieval contendo versos eróticos, chamado Codex latinus monacensis, encontrado em um mosteiro da Baviera em 1803.