sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Principais mitos que sustentam o governo Vargas - Parte IV

Hoje, publico o último mito que sustenta o governo de Getúlio Vargas, o desmonte da economia brasileira. Apesar de ser mais conhecida pela truculência da censura e da repressão, a Era Vargas foi responsável pelo desmonte da economia brasileira que perdeu uma grande oportunidade de enriquecer com a guerra, quando então a Europa e os Estados Unidos compravam qualquer coisa que se produzisse. Nesse período, nações como a Argentina, Austrália, Nova Zelândia, Colômbia (cuja produção de café cresceu 500% enquanto o Brasil declinava por culpa do varguismo) e outras deram um grande salto. O Brasil desorganizou sua economia, criou milhares de novos empregos públicos e aprofundou seu déficit público seguindo o ciclo de empréstimos internacionais dos governos anteriores. Volta Redonda surgiu dessa barganha. O Brasil fornecia apoio militar aos EUA em troca de empréstimos para a siderurgia que só apareceu por aqui devido a esse modelo de empréstimo casado: os EUA entregavam equipamentos no lugar de dinheiro. Se entregassem dinheiro, ele desapareceria no Ministério do Oba-Oba. Como não havia como desviar um alto forno, nem como sumir com aciarias descomunais, Volta Redonda foi de fato construída. E até hoje é uma glória em cujo prestígio o trabalhismo encontra um de seus principais símbolos. E agora o que vemos é o Brasil indo na mesma direção estatizante com a multiplicação astronômica de empregos públicos e novas estatais para “regular” o mercado. O ciclo de Vargas se repete reencarnado em outros nomes: os resultados serão os mesmos.

Fonte: Site Opinião & Notícia e baseado em Affonso Henriques em seu livro “Ascensão e Queda de Getúlio Vargas” (edição de luxo, 1977, 3 vols., 1500 p).

Principais mitos que sustentam o governo Vargas - Parte III

Para despistar a crise do café, sua causa foi atribuída à crise mundial de 1929. Mas em 1934, a crise havia acabado, e o que acontecia com o café brasileiro? Em vez de procurar mercados (os russos queriam o nosso café, mas Vargas não os recebeu, conforme nos conta Lobato), Vargas criou o IBC (Instituto Brasileiro do Café) que se encarregou de liquidar com a produção do café. O IBC, presenteado aos tenentes interventores como barganha de apoio, inicialmente queimou o café, mas depois descobriu o contrabando internacional e nunca mais a lavoura foi a mesma. As estatísticas da época são impressionantes: em 1929, o Brasil detinha 70% da produção mundial de café. Ao final da 2ª Guerra, tinha apenas 36 % da produção mundial. De 1934 a 1944 foram arrancadas ou abandonadas 750 milhões de mudas de café. No auge da crise, importamos café de Cuba. Depois, Vargas criou o Instituto do Açúcar e do Álcool, e o Brasil passou a importar açúcar. O mesmo com o arroz e o leite. Criou o Instituto do Leite, e desde então o leite começou a rarear nos armazéns, e é dessa época a cultura da água no leite e do milho no café. Nunca havia faltado carne no Brasil. Mas, durante a guerra, surgiram as filas nos açougues e o racionamento. Era o pessoal de Vargas culpando a guerra, mas adotando o que se chamava de “economia dirigida”, nada mais nada menos do que a intervenção do governo em todo o mercado nacional.

Fonte: Site Opinião & Notícia e baseado em Affonso Henriques em seu livro “Ascensão e Queda de Getúlio Vargas” (edição de luxo, 1977, 3 vols., 1500 p).

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Principais mitos que sustentam o governo Vargas - Parte II

A Previdência social talvez tenha sido o maior fator de apoio político a Vargas em todo o seu período de governo. Vargas vislumbrou aqui a oportunidade de obter receita com o desconto dos salários dos trabalhadores e empregadores, sem que necessitasse desembolsar um só centavo, pois no ato de criação da Previdência não havia aposentados. Baseando-se no pecúlio dos ferroviários concebido nos anos 20, Vargas criou 45 Caixas e Institutos de Previdência, com 45 diretorias, burocratas, etc., num total de 42.500 empregados para 4 milhões de segurados. Para comparação, a Previdência norte-americana, criada pouco antes, tinha uma só instituição e 21.500 empregados para 10 milhões de contribuintes. O dinheiro da Previdência que entrava no caixa do governo Vargas ia para a compra de terrenos e construção de prédios de luxo. Para se ter uma ideia, Vargas construiu a torre-sede de 160 metros de altura da Central do Brasil, em vez de reformar os trilhos e máquinas dessa mesma ferrovia que tinha, à época, um acidente por dia pelas péssimas condições de infraestrutura. A enorme multiplicação de empregos públicos representou, em termos de votos, um apoio sem igual a Vargas. Empregando comunistas na máquina pública, Vargas granjeou o apoio de Prestes e fez do PC seu aliado na campanha de 1950. Vargas subornava também os intelectuais com viagens de “estudos e especialização” ao exterior com dinheiro público – na verdade apenas turismo subsidiado. Assim, todo escritor que publicasse um artigo de apoio a Vargas tinha subsídio para publicar seu livro, e não raro era homenageado em coquetéis e festas.
Observação minha: Hoje não é muito diferente.

Fonte: Site Opinião & Notícia e baseado em Affonso Henriques em seu livro “Ascensão e Queda de Getúlio Vargas” (edição de luxo, 1977, 3 vols., 1500 p).

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Principais mitos que sustentam o governo Vargas - Parte I

A criação da legislação trabalhista não veio de Getúlio Vargas, mas de seu ministro do trabalho Lindolfo Collor que já havia apresentado o esboço da legislação para Flores da Cunha em 1928 (quando governador do Rio Grande do Sul) e a diversas lideranças políticas. Em 1919, apareceu a primeira lei sobre acidente de trabalho. Em 1926/27, foi criada a lei das férias para comerciários e industriários. As leis mais importantes da Era Vargas foram propostas e aprovadas pelo Congresso, no curto período de liberdades que se seguiu à Constituinte de 1934 até 1937, e sancionadas pelo presidente interino Antonio Carlos de Andrada (sim, aquele que dá nome à Av. Presidente Antonio Carlos, no Rio de Janeiro), e não por Vargas. Foram leis que estabeleceram o horário de 8 horas diárias, seguro social obrigatório, sindicalização, regulamentação do trabalho de menores e mulheres, seguidas pela lei que regulava a despedida injusta e estabelecia a indenização. Como todo oportunista, Vargas chamou a si a criação dessas leis para se beneficiar dos dividendos políticos e, depois de sua morte, passaram para o patrimônio trabalhista. Lindolfo Collor foi exilado pelo golpe de 37, juntamente com diversas personalidades que se opunham à ditadura. Não há qualquer traço de autoria de Vargas na criação das leis trabalhistas.

Fonte: Site Opinião & Notícia e baseado em Affonso Henriques em seu livro “Ascensão e Queda de Getúlio Vargas” (edição de luxo, 1977, 3 vols., 1500 p).