quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O leitor é quem manda...

Região da Campania
A Campania é uma complexa junção de mar, ilhas e golfos, de planícies, promontórios e montanhas, lugar de encontro de várias culturas, pois, ao longo dos séculos, foi ocupada por Romanos, Bizantinos, Longobardos, Normandos, Suevos, Angevinos, Aragoneses, Espanhóis e Bourbons, cada qual com sua própria história e cultura. A resultante desta multiplicidade de influências é extremamente rica e diversificada, tanto que a Campania é, ainda hoje, uma região a ser desvendada.
Ao norte, estende-se a ampla planície conhecida como Terra di Lavoro (a mesma que os Romanos chamavam, segundo a definição do grande poeta Virgílio, de Campania Felix), delimitada pelo arco dos montes do Matese, do Sannio e da Irpinia, sulcados por vales profundos e tortuosos. O golfo de Nápoles, no centro, é emoldurado por um extraordinário colar de acidentes naturais: as ilhas de Ischia, Procida e Capri; a área de vulcões extintos dos Campi Flegrei; o histórico, e até hoje ativíssimo, Vesuvio; e a esplêndida Costiera Amalfitana, com as célebres cidades de Sorrento, Positano, Amalfi e Ravello. Ao sul, além da planície aluvial do rio Sele, elevam-se a pico sobre o mar os montes do Cilento, que formam uma encosta até hoje de difícil acesso, e estão separados da vizinha região da Basilicata por um estreito planalto, o Vallo di Diano.


Mapa da Região da Campania
Os Romanos arrebataram sem dificuldade a planície contígua ao Lácio (com as prediletas cidades de Baia, Bacoli, Pozzuoli) e as ilhas, ali deixando vestígios de uma imponência única: as históricas Pompeia e Erculano, sepultadas no Séc. I d.C. pelas cinzas da terrível erupção do Vesúvio; a aristocrática Baia; a sugestiva Cuma, onde a sagrada Sibila dispensava seus vaticínios; as muralhas da cidade de Alife, com o característico traçado em ângulos retos do castrum (castelo de origem pré-romana ou romana); o anfiteatro de Santa Maria di Capua Vetere, e um sem número de construções esparsas por toda a região. Mas, já antes, os habitantes da Magna Grécia tinham fundado na planície do rio Sele, ao sul, a importante colônia de Paestum (romanização do grego Poseidon, cidade de Netuno), com o majestoso templo do mesmo nome. Na alta Idade Média, a Campania esteve dividida entre áreas de influência bizantina, dos Longobardos, dos Normandos e outros feudatários. As províncias e regiões, não apenas da península Itálica, mas de quase toda Europa, foram se desenvolvendo através da idade média, em vários reinos (como o Reino da Sardenha, o Reino das Duas Sicílias), cidades-estados (o ducado de Milão), enfim, uma coleção de pequenos Estados submetidos a potências estrangeiras. Só no século XIX, a desejada unificação da Itália se deu sob a Casa de Saboia, com a anexação ao Reino de Sardenha, da Lombardia, do Veneto, do Reino das Duas Sicílias, do Ducado de Módena e Reggio, do Grão-ducado da Toscana, do Ducado de Parma e dos Estados Pontifícios. Em 1861, concluiu-se a declaração da existência de um Reino de Itália. Completou-se com a anexação de Roma, antes a capital dos Estados Pontifícios, em 20 de setembro de 1870. Do final do século XIX até a II Guerra Mundial, a Itália possuía um império colonial, que estendia seu domínio a Líbia, Eritreia, Somália Italiana, Etiópia, Albânia, Rodes, Dodecaneso e uma concessão em Tianjin, na China.
Depois de tanto escrever sobre a região da Campania e, para isso, ler um pouco mais da sua história, levanto a hipótese de leiga que “máfia=latifúndio” não deixa de ser uma maneira de ler o fenômeno como um resíduo mais ou menos feudal em toda a península itálica.


Praia em Amalfi
La Costiera Amalfitana
Há quem diga que se trata da estrada costeira mais bela do mundo. Outros, mais modestos, se contentam em considerá-la o pedaço de litoral mais lindo da Itália. O fato é que os 50 quilômetros da Costa Amalfitana sempre atraiu estrangeiros e italianos que se apaixonam pelos tons verdes do seu mar, pelas coloridas casinhas dependuradas nos penhascos e pela estrada repleta de curvas que serpenteiam entre Sorrento e Salerno. Como se não bastasse, logo ali em frente fica a Ilha de Capri. É incrível como tão curto espaço geográfico pode ser tão deslumbrante.


Vestígeos de construção medieval na região da Campania
 A melhor maneira de se conhecer a Costa Amalfitana é dirigindo. O ideal é visitá-la em épocas do ano mais tranqüilas, nunca na alta temporada de turismo. É um trajeto que vale a pena ser feito com muita calma, parando em cada um dos mirantes estrategicamente localizados.

A estrada encantada com vista para o Mar Tirreno vista de outro ângulo
A estrada vem de Nápoles e se transforma em Costiera em Sorrento, que merece uma parada para se apreciar o Largo Dominova, seu centro histórico, e as belas vistas. De Sorrento a Positano a estrada possui algumas curvas e nada mais, mas, dali em diante até Salerno é a mais pura beleza: estrada sinuosa, escarpas de um lado, mar de um azul estonteante do outro, muitas parreiras de uvas, cidades lindas. Mais 12,5 Km de estrada e avista-se Amalfi, cujo nome batiza a Costiera e onde as casas ficam debruçadas sobre o mar. Durante a Idade Média, Amalfi concorria com Pisa e Gênova pelo posto de mais importante centro comercial do Mediterrâneo. Ainda existem alguns resquícios do seu tempo de poderio, como a catedral que guarda o túmulo de Santo André, trasladado de Constantinopla em 1026.

Vista da Costiera Amalfitana
Aqui ficam alguns dos melhores restaurantes de frutos do mar da região, cujos pratos caem muito bem com os vinhos brancos produzidos em suas encostas.
Durante seus tempos de opulência, Amalfi era um cobiçado alvo de piratas, que tinham na cidade ao nível do mar uma presa fácil para seus saques. Por causa disso, no século IIIX, seus mais abastados moradores decidiram construir Ravello, 350 metros acima do oceano. Eis a razão pela qual ela se diferencia de outras cidades da Costa Amalfitana. Do alto de uma falésia, possui uma vista tão privilegiada que fez com que o compositor Richard Wagner se mudasse para lá e se inspirasse em seu visual para escrever a ópera Parsifal. Hoje, sua residência, a Villa Rufolo, serve de palco para concertos.


Túnel na estrada Costiera Amalfitana
A última cidade da Costiera é Salerno. Embora seja a maior de todas, é também a menos charmosa. Não quer dizer que seja feia, só é menos bonita que as outras, o que não que não é nenhum demérito. Sua principal atração é o Duomo, que guarda os restos de São Mateus. Aproveite para dar uma esticada até Lungomare Trieste, o calçadão coberto de tamarineiras e palmeiras do qual se vislumbra um belíssimo panorama do golfo de Salerno.

Uma das praias de Amalfi

A Ilha de Capri
O passeio à Costa Amalfitana jamais seria completo sem uma visita à Ilha de Capri, que foi descoberta no ano 29 a.C. Pela beleza de seu relevo acidentado, a suavidade de seu clima e a variedade de sua vegetação exuberante, Capri sempre exerceu grande fascinação. Augusto, o primeiro imperador romano, mandou construir sua residência de verão na ilha há mais de 2 mil anos. Não satisfeito, seu sucessor, Tibério, ergueu 12 mansões ali.



Centro da cidade na Ilha de Capri


A pequena ilha está sempre cheia de turistas. Embora o “bate-e-volta” seja o tipo de turismo mais comum na ilha, é quase impossível conhecer todas as atrações em apenas um dia. Mas, se o tempo for escasso, há alguns passeios obrigatórios. Um deles é a Grotta Azzurra, onde a luz penetra por baixo da água dando a tonalidade que lhe dá nome.

Grotta Azurra, a gruta azul na Ilha de Capri
Fica a 8 Km da cidade e para chegar até lá é preciso pegar um barco na Marina Grande. Capri abriga duas fábricas de perfumes há mais de 600 anos, por isso, é muito cheirosa. O nome de Caesar Augustus está em toda parte, inclusive num dos mais belos hotéis da ilha.


Mais um belíssima vista de um dos mirantes da costa de Amalfi

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Era pra ser um comentário no blog de um amigo...

Adriano!!!! Infelizmente é verdade. E quem mora em cidade grande, como eu, sente esse movimento, mas você falando de todos de uma vez, dá a real dimensão da coisa. É assustador.


Clique aqui para acessar o blog "O esporte, a sociedade e o mundo dos negócios".

O MartPlus é uma delícia de supermercado em BH, um pouquinho careiro (ele tem a cara do Pão de Açúcar) mas é muito bom na qualidade. O Epa, que conseguia ser bom e barato, já em 2002 quando morei lá, não estava agüentando e fechou uma ou outra loja, a rede estava diminuindo. Esse fatalmente cairá na Tsunami. Eu descia do escritório às 16h por um elevador que já me deixava no térreo do prédio dentro do mercado para comprar o pãozinho de queijo fresquinho da tarde. Acho que essa loja do Epa na Av. Afonso Pena em BH já dever ter fechado.
Não sei como brigar contra a cartelização de vários seguimentos, não só o de supermercados, se o governo não intervier em alguns casos. Entendo que o Abílio Diniz teve de fazer isso quando comprou o Extra, por exemplo. É melhor vender para ele do que para um estadunidense desses, que nos atocham Coca-cola de 3 litros goela abaixo, como é o costume deles, fazer atacado no varejo. Não é à toa que os EUA estão enfrentando uma epidemia de obesidade sem precedentes.
Mesmo assim, o processo é injusto. Isso porque o Diniz não faz nada com o dinheiro do lucro das lojas dele, é claro. Ele usa dinheiro do BNDES. Será que essas mesmas regalias são dadas pelo BNDES aos grupos menores (tipo o Epa, por exemplo) para enfrentarem os cartéis? Talvez. Acho que a coisa não é tão simples assim. Eu sei que existe toda uma documentação-padrão para empresas de pequeno porte no BNDES, isso inclui um Business Plan num modelo deles que, é claro, o pequeno empresário terá de ter saco para fazer, pois é super detalhado, pelo que me lembro. O fato é que o pequeno empresário precisará trabalhar o dobro ou talvez o triplo do Abílio Diniz pra conseguir 1/3 do que ele consegue com um telefonema. C’est la vie, desde que inventaram o dinheiro. A alternativa é voltar ao escambo. rsrsrs



A única saída que eu vejo aqui de longe, isso não contando com o governo (já que ele não está nem aí para o assunto, né?!), é aquela coisa dos hábitos de vida de que já falei em outra ocasião. Duvido que nos anos 40, início dos 50, esse tipo de coisa acontecesse. E, no entanto, não faltava nada a ninguém. Vamos considerar que a população naquelas décadas era infinitamente menor que a atual. O comércio de pequeno porte, como padarias, açougues, mercearias, as feiras-livres etc abasteciam normal e naturalmente o consumidor. Mas... É aqui que entra o consumismo exacerbado estadunidense, com seus péssimos hábitos e que, pouco a pouco, acabou com o pequeno comércio de rua; na Europa ainda existe, mesmo que em alguns países já haja uma quantidade grande de hipermercados mais afastados das cidades.
Não sei exatamente em que momento colocaram goela abaixo do brasileiro, que ele tinha que fazer “compras de mês”. Por quê? Para quê? Isso é fazer estoque. E nos anos 50/60 não estávamos em momento de hiperinflação. Então, aquele hábito saudável de passar no verdureiro para comprar alface e tomates fresquinhos para a salada, e ainda aproveitar para cumprimentar um amigo da verdadeira comunidade, mantendo assim, outros hábitos saudáveis, como a urbanidade, desapareceu do nosso país.



E aí surgiu o monstro do supermercado nos anos 60. Esse monstro ainda não era tão assustador, até porque ainda me lembro das latas enormes de biscoitos Aymoré que ficavam expostas na seção de biscoitos a varejo, o que era super ecológico, e ninguém sequer sabia que estava economizando não apenas no preço, mas também na quantidade de lixo de embalagens desnecessárias. Sem contar que a criançada já conhecia o “moço” (atendente) daquela seção saborosa.
Nos anos 70, as coisas começaram a esquentar. A TV ficou colorida em 1972, o que foi mais um incentivo para a proliferação da propaganda. Nos anos 80, já estávamos tão “evoluídos”, norteamericanamente falando, que propaganda (os reclames, lembram-se?) transformou-se numa pequena parte do mais novo monstro, esse realmente assustador, o Marketing.




E então chegamos ao estágio em que estamos hoje. Já passamos pelos hipermercados, que não chegaram a “pegar” e voltamos para os supermercados. O problema é que estamos na era do Atacado no Varejo. É como eu chamo o desespero americanóide de vender o que você não precisa comprar, sem que você perceba. E o pior é que, às vezes, você cai na armadilha.
Vou morrer sem entender porque precisamos comprar Coca-cola em embalagem de 3 litros. OK, calma. Entendo que existem as festinhas e que, naquele momento, vale à pena comprar embalagens maiores. Mas ninguém faz festinhas sete vezes por semana, todas as semanas, certo?! Portanto, para ocasiões excepcionais, compram-se embalagens maiores em vendedores no atacado. É para isso que eles existem. O caso é que os fabricantes já não produzem, na mesma quantidade d’outrora, garrafas de refrigerante de 300ml ou 1 litro. As gôndolas dos supermercados estão lotadas de “packs” de 2 litros de refrigerante. E o cliente passa a comprar packs em vez de garrafas. Então quem consumia 6 garrafas de 1 litro de refrigerante por mês (6 litros do líquido precioso mensalmente), passou a consumir 6 garrafas de 2 litros (já pulamos para 12 litros mensais). E assim a coisa vai crescendo como uma bola de neve. Já mudamos até a unidade de medida das embalagens. Quando será que começaremos a comprar bombonas de amaciante com cheirinho de bebê? 



Isso está sendo interessante para quem? Ninguém duvide que não é vantajoso para o consumidor, embora pareça, pelo custo x benefício apresentado. A vantagem está toda sendo remetida em forma de lucros cada vez maiores para os fabricantes no exterior. E aqui estou falando de apenas uma fábrica, a de bebidas.
E quando falamos de mega empresas que não produzem nada? Não entenderam? Explico. Empresas com ações nas bolsas de valores de vários países, que limitam-se a administrar marcas já consagradas pelo público consumidor, não apenas em um país, mas no mundo. Se alguém não conhecer a UNILEVER, basta lembrar-se de um comercial no qual o Bernardinho, com a esposa e o filho jogavam vôlei com os inúmeros produtos famosos da toda poderosa corporação. Era sorvete Kibon pra cá, xampu Dove pra lá, sabão em pó OMO para outro lado. Acho que chega, não?!

Se quiserem saber mais cliquem aqui para chegar ao site das marcas da Unilever no Brasil.
Tudo que posso fazer agora é repetir minha máxima “Devolvam-me a Belle Époque!”



Terrorismo profissional, tô fora!

Li o texto Postura ‘sabe-tudo’ pode prejudicar carreira, dizem “especialistas”, no portal da Administração. O título do artigo se refere a quem entra na empresa de ‘salto-alto’. Segue o link para o texto a que me refiro.
http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/postura-sabe-tudo-pode-prejudicar-carreira-dizem-especialistas/39040/

Contudo, gostaria de fazer uma observação sobre processos de seleção, contratação etc, apesar de eu não ser profissional desta área. Atualmente, penso que os RHs estão sendo vítimas deles mesmos. Como disse a consultora de RH no texto, "não dá para identificar tudo na seleção; é tudo muito sutil". Nesse ponto eu concordo. Vejam... Atualmente, os profissionais são quase que "adestrados" para fazer uma entrevista de trabalho. Há todo tipo de cursos, treinamentos, coachers, mentorings etc para que o candidato saiba "fazer a coisa certa" na hora da entrevista. Isso tudo acaba levando o profissional de RH a contratar um monte de "robozinhos". Porque ninguém vai responder nenhuma pergunta com naturalidade, sendo autêntico. Na hora da entrevista, os candidatos "vestem" uma personagem, como atores prontos a entrar no palco. Saiu dali, volta ao normal. Então, o processo acontece mais ou menos assim, os candidatos se sentam frente a um entrevistador, todos com a mesma postura, têm as mesmas respostas na ponta da língua, têm CVs semelhantes na formatação e quase no conteúdo. Eu pergunto: como o RH vai identificar os candidatos? Como separar o joio do trigo? São todos treinados para serem iguais. E, no entanto, canso de ler pela internet (até o Max Gehringer vive repetindo) frases do tipo "faça a diferença". Como assim? Fazer que diferença?!


Mas, se você for leitor assíduo do tal portal, um habitué como um amigo meu, deve ter lido um dos artigos do dia 22/10 com o seguinte título, “Falta de iniciativa é principal dificuldade para contratação, diz pesquisa.”

E não é só isso! Se andarmos um pouquinho mais para trás no tempo, chegaremos ao dia 21/10 e encontraremos o seguinte título “O sucesso vem do berço?” Nesse texto há perólas do tipo “Aos três anos, uma criança já formou aproximadamente 1,5 quatrilhão de sinapses (quase três vezes mais do que um adulto possui)”.


Isso sem contar que, no dia 19/10, havia um artigo com o título “Como desvincular o feedback do narcisismo?” Não. Péra aí! Pára tudo! 



Vocês têm certeza de que esse portal quer mesmo ajudar? Não dá pra acreditar. Quanto mais você lê, você vai ficando cada vez mais fora do seu juízo normal. Ao final do 2º artigo, você já pode ver tudo girar a sua volta.
Pessoal, vocês vão me desculpar a franqueza, mas a quantidade de textos e artigos nos diversos sites espalhados pela internet, são um verdadeiro terrorismo profissional.

Você lê um texto, e está dito lá que você "deve" ser arrojado, assertivo, inovador e todos esses clichês. Passam-se algumas horas, e você é bombardeado com outro texto, mas desta vez, dizendo que você "deve" ser mais tímido, quieto, reservado, observador blá, blá, blá. Ué... Mas não era para “pensar fora da caixa”? E como é que o pessoal vai fazer pose pra dizer que é preciso “think out of the Box”? Pára tudo! Pára tudo porque há algo de errado.



Vou deixar uma pergunta para vocês. Pra que lado eu corro? A pessoa que embarca nesse mar de leituras só pode acabar um náufrago. E agora, la grande finale, é sabido de todos que, hoje em dia, o mercado está cada vez menor e a demanda por trabalho, cada vez maior. Aqui está um nicho de mercado perfeito para esses doutos “especialistas” da área de recursos humanos saírem atirando para todos os lados. E aí são textos em portais na internet, livros, CDs, conferências, cursos, treinamentos, worshops, palestras, enfim, todo tipo de “textos-bomba” para manter os profissionais que estão fora do mercado, ou em transição no mercado, ou ainda buscando novos desafios (os atuais sinônimos para desempregado) entretidos em noções que não levam ninguém a lugar nenhum, não dizem nada além de obviedades, mas mantêm muitos “consultores” defendendo o leite das crianças.



Eu seleciono muito bem minha leitura. Já passei da idade do "terrorismo" da leitura para profissionais adolescentes. Só leio o que eu quero, se eu quiser. Não faço nada só porque a turma que fala o idioma das siglas e jargões está fazendo. Isso é atitude de adolescente que não vive sem a opinião da turminha "da hora". Não esqueçam que até isso é modismo. Se hoje a moda é ler fulano, amanhã a moda é ler beltrano. Alloouuu... Acordem. Não se deixem enganar por um bando de “espertos” que sabem tanto ou menos que vocês.






Atlanterhavsveien, the Atlantic Road in Norway

Uma estrada espetacular na Noruega, que salta de ilha em ilha, desde a costa continental, até chegar a Averoy, em um percurso fantástico através de pontes que se retorcem sobre o mar. Sem dúvida a construção do século naquele país dos fjords. São pouco mais de 8 Km de percurso que incluem 8 pontes sobre o oceano. Em determinadas épocas do ano, podem-se avistar focas e até baleias. A ponte de Storseisundet é o principal marco da estrada, sendo a mais extensa das pontes, 260 m. A ponte Storseisundet faz uma curva espetacular chegando a fazer-nos crer que estamos diante de uma montanha-russa, tamanha sua prodigiosa beleza.


Localização da Atlanterhavsveien

Veja neste slideshow fotos da ponte Storseisundet na Atlanterhavsveien.

domingo, 24 de outubro de 2010

Grandes Fazendas, um pouco de...

Para quem não gosta muito de ler sobre a história do Brasil, trago hoje a opção de assistir a um vídeo de uma série excelente sobre as grandes fazendas do Vale do Paraíba no estado do Rio de Janeiro. Espero que sirva de estímulo para procurarem saber mais sobre o passado do nosso país. Aproveitem as belas paisagens e as ótimas histórias deste acervo particular impressionante.
 



sábado, 23 de outubro de 2010

O Embate do Século

Nestes últimos dias, tenho recebido inúmeros e-mails, daqueles que só servem para espalhar os mais diversos e estapafúrdios assuntos pela internet, o que me faz ter de deletá-los aos montes. Como estamos no período de eleições, o assunto é único, o embate do século, Dilma x Serra.


Os dois já estão praticamente knockouteados, com hematomas por todos os lados, e ainda assim, o povo está lá gritando, “sangue... Eu quero ver sangue.” No fundo, lá no fundo mesmo, será que não é só isso que o povo quer? Será que ele enxerga as eleições como mais um entretenimento? Não gosto nem de pensar nessas coisas.









O conteúdo dos e-mails é sempre o mesmo, Fulana não presta, é uma safada, blá blá blá. Do outro lado, idem, Beltrano não presta, é um safado, blá blá blá. E assim, de insulto em insulto, vai passando o tempo, até que chegue o tão esperado dia da luta final.


Desde o início deste embate em particular, eu me perguntava por que o PT... Ooopppsss, o Lula escolheu essa senhora para substituí-lo. Analisando o mundo a minha volta, a resposta que achei, e que encontra eco em outras vozes, é simples. A senhora em questão não governará nada, mas aparecerá conforme manda o “figurino”, na posição de presidente da república do meu pobre Brasil. Então, quem governará? Ora quem... Os mesmos governantes de então, talvez hoje um pouco menos ativos, mas que terão muito a fazer a partir de janeiro de 2011. Falo de pessoas impolutas como José Dirceu, Antonio Palocci e Cia. Ltda. A propósito, ontem, li num blog chamado “Blog do Aceveda” algo tão bem escrito, que me prendeu a atenção. Diz lá, “Zé Dirceu representa tudo o que há de ruim na esquerda, desde o alinhamento com países párias como Venezuela e Irã, passando pelo sindicalismo pelego e as tentativas de controle dos meios de informação. Dirceu é o mensalão, é o principal mentor da transformação do PT numa espécie de PMDB sindical. Palocci na Casa Civil seria um freio nos comunistas no governo Dilma.” Isso completa tudo o que eu diria, com exceção dessa separação, já fora de moda, entre esquerda e direita.


Voltando ao embate do século, até hoje me pergunto, OK o PT pode escolher seja lá quem for, mas me digam, pelo amor de Deus, por que os Tucanos atacaram de Serra novamente? Não tenho nada contra ele, ao contrário, considero-o um excelente administrador, mas ele não tem o carisma (mesmo sabendo que a senhora do outro lado do muro também não o tem) necessário para um palanque. E, por mais que as mídias estejam avançadas em termos tecnológicos, o palanque ainda é sagrado e necessário para um pleito democrático, mesmo que seja para síndico do seu prédio. A pergunta que não quer calar é: por que não atacaram de Aécio em 2010? Será que estão guardando este trunfo para depois de oito anos de Dilma? Talvez para quando o país já estiver destruído a ponto de “só chamando um super herói de quadrinhos” para salvá-lo? Não estou dizendo com isso que o Aécio seja nenhum super herói. Não misturem as coisas, por favor. A minha pergunta é, hoje, dentro do PSDB, e mesmo fora dele, qual seria o nome para estar no lugar do Serra de forma a tornar menos penoso (sem trocadilhos, por favor!) este pleito e ganhá-lo, obviamente?


O fato é, se a Dilma é ruim, mas tem um povo ignorante, no sentido correto da palavra, a ponto de elegê-la, por que o PSDB usou um jogador que não é um atacante para fazer o gol? A mim fica a impressão de que eles não querem ganhar o jogo. Durma-se com um barulho desses!


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pra descontrair... Cap.II - Jeannie é um Gênio

Quem não se lembra do seriado Jeannie é um Gênio? Junto com A Feiticeira, eram os seriados de maior audiência nos anos 60/70. O seriado foi criado e produzido por Sidney Sheldon, falecido em 2007.

Sidney Sheldon, criador e produtor do seriado.

Na trama, o então Capitão Anthony Nelson, piloto da Força Aérea Americana e depois astronauta da NASA, cai acidentalmente numa ilha, onde encontra uma misteriosa garrafa. Ao abri-la, descobre que a mesma era a “casa” de uma moça chamada Jeannie, que é um gênio das histórias das Mil e Uma Noites, com incríveis poderes e que o chama de "amo". O piloto a liberta, mas a moça se apaixona por ele e o acompanha até sua casa nos EUA, onde passa a tumultuar a vida do pobre homem e também do Dr. Bellows, médico e psiquiatra da NASA que acompanha Nelson e tenta descobrir a causa das coisas estranhas que passam a acontecer quando ele está por perto, mas sempre é convencido de que o louco é ele e não o piloto.

Bill Daily, Hayden Rorke, Larry Hagman e Barbara Eden
Na realidade, as confusões do Dr. Bellows, ao final de cada episódio, eram, para mim, a melhor parte da estória. Sempre tive uma dúvida cruel sobre a cor dos uniformes do Major Nelson e do Major Healey. O do Major Nelson era azul e o do Major Healey era verde oliva. Nunca entendi porque uma companhia de entretenimento daquele porte deixaria passar, durante todas as temporadas, um mico desses.

Uniformes de cores diferentes...
Não satisfeita, após de já conviver com esta dúvida por mais de 30 anos, fui pesquisar através do Google e descobri o seguinte:
O Capitão Roger Healey foi promovido a major juntamente com seu melhor amigo o astronauta Tony Nelson, mas Roger era do exército, não da aeronáutica, isto explica porque seu uniforme era verde oliva, diferente do de Tony. Não sei se me convenço com esta desculpa. Enfim, tentemos agradar a gregos e troianos.


No elenco estavam:
# Barbara Eden - Jeannie
# Larry Hagman - Major Anthony Nelson
# Bill Daily - Major Roger Healey
# Hayden Rorke - Dr. Bellows
# Emmaline Henry - Amanda Bellows
# Barton MacLaine - General Peterson
# Vinton Hayworth - General Shaeffer
 

Deste elenco, estão vivos Bill Daily, o major Healey que está com 80 anos e até recentemente fez aparições em sitcoms americanas. Barbara Eden, a Jeannie, que parece ter se aposentado, e também Larry Hagman, o Major Nelson, que fez um transplante de fígado cerca do ano 2000.
Achei interessante postar fotos de antes de depois dos atores ainda vivos.

Larry Hagman e Barbara Eden no seriado
Larry Hagman e Barbara Eden em 2005

Bill Daily, o Major Roger Healey, em 2010

Jeannie e o Gal. Peterson
Ainda falta me explicarem porque o General Peterson usava farda azul como a do Major Nelson. General só existe no Exército (pelo menos aqui no Brasil, com certeza) e sua farda deveria ser verde-oliva.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sobre Bandidos e Mocinhos

Hoje quero falar sobre homens a quem admiro muito, o fisco brasileiro, Cesar Lattes, e o físico alemão, Einstein. Também vou me utilizar neste texto de uma máxima em que acredito: “A história não fala dos perdedores”. Ou seja, está implícito que, até hoje, muitos acontecimentos ainda estão sendo contados, inclusive nos livros didáticos, exatamente como foram repassados a todos pelos vencedores quando voltam triunfantes de suas batalhas.


Todos nós sabemos quem foi Albert Einstein. Grande físico, nascido em 14/03/1879, na cidade de Ulm, na região alemã de Württemberg, numa família judaica. Einstein faleceu em 18/04/1955, aos 76 anos, em Princeton, nos EUA, vítima de um aneurisma. Em 1921, Einstein foi laureado com o Nobel de Física pela correta explicação do efeito fotoelétrico. O prêmio, contudo, só foi anunciado em 1922. Consta na Wikipedia que Einstein escreveu aos 15 anos, em 1894, portanto, nos poucos meses que permaneceu em Munique para terminar o ano letivo, o seu primeiro trabalho científico: "A Investigação do Estado do Éter em Campos Magnéticos". Agora, vamos dar uma olhada no ano de 1899 quando o naturalista alemão, Ernst Haeckel, publicou seu livro Die Welträtsel – Os Enigmas do Universo. Neste livro, Haeckel falava de um dos problemas que ainda não tinham sido resolvidos no século XIX, “O que é a luz?”
A luz é formada por pequenas partículas, corpúsculos, ou a luz é uma vibração de algum meio? Ao final do século XIX, esta pergunta pareceu ter sido finalmente respondida. O físico inglês James Clerk Maxwell desenvolveu, baseado em estudos feitos de 1855 a 1865 (e ele já considerava em seus estudos, hipóteses feitas por Michael Faraday em 1846), a ‘Teoria do Éter Luminífero’ e esta teoria foi publicada em 1894 e aceita amplamente pelos físicos. O jovem físico polonês Michelson, em 1881, tentou comprovar a teoria de Maxwell, o que não conseguiu até 1897. Nestes estudos e experimentos estava envolvida a comunidade científica da época. Aqui eu mesma, sem ter me aprofundado no assunto, já estou com a pulga atrás da orelha. Se entre cientistas ingleses, alemães, poloneses etc, ainda havia dúvidas sobre a teoria de Maxwell, como aos 15 anos de idade, em 1894, em poucos meses em Munique, o “gênio” de 15 anos, já elaborara seu 1º estudo científico abordando o mesmo pensamento de Maxwell em sua teoria?
Fascina-me a tão almejada imparcialidade, a tão ansiada justiça. Portanto, vou transcrever aqui partes de entrevistas e textos oficiais de físicos sérios e respeitadíssimos no meio acadêmico, numa tentativa de compor um cenário que leve o leitor a refletir. Veja no link abaixo o 1º trabalho científico de Einstein.

http://www.worldscibooks.com/phy_etextbook/4454/4454_chap1.pdf

A Entrevista
Há dúvidas quanto à sua famosa ‘Teoria da Relatividade’. Em entrevista ao Diário do Povo de Campinas em 5/07/1996, César Lattes diz:
(....)
César Lattes — Einstein é uma fraude. Ele não sabia a diferença entre uma grandeza física e uma medida de grandeza. Uma falha elementar.
D.P. — E onde exatamente ele cometeu a falha da qual o senhor está falando?
César Lattes — Quando ele plagiou a Teoria da Relatividade do físico e matemático francês Henri Poincaré, em 1905. A Teoria da Relatividade não é invenção dele. Já existe há séculos. Vem da Renascença, de Leonardo Da Vinci, Galileu e Giordano Bruno. Quem realizou os cálculos corretos para a Relatividade foi Poincaré. A fama de Einstein é mais fruto do seu lobby do que do seu mérito como cientista. Ele plagiou a Teoria da Relatividade. Se você pegar o livro de História da Física, de Whittaker, você verá que a Teoria da Relatividade é atribuída a Henri Poincaré e Hendrik Lorentz. Na primeira edição da teoria da relatividade de Einstein, que ele chamou de Teoria da Relatividade Restrita, ele confundiu medida com grandeza. Na segunda edição, a Teoria da Relatividade Geral, ele confundiu o número com a medida. Uma grande bobagem.
D.P. — Então o senhor considera a Teoria da Relatividade errada? Aquela famosa equação E=MC² está errada?
César Lattes — A equação está certa. É do Henri Poincaré. Já a teoria da relatividade do Einstein está errada. E há vários indícios que comprovam esse ponto de vista.
D.P. — Mas professor, periodicamente lemos que "mais uma teoria de Einstein foi comprovada"...
César Lattes — É a turma dele, o lobby, que continua a alimentar essa lenda. Tem muita gente ganhando a vida ensinando as teorias do Einstein.
D.P. — Mas, e o Prêmio Nobel que ele ganhou por sua pesquisa sobre o efeito fotoelétrico em 1921?
César Lattes — Foi uma teoria furada. A luz é principalmente onda. Ele disse que a luz viajava como partícula. Está errado, é somente na hora da emissão da luz que ela se apresenta como partícula. E essa constatação já tinha sido feita por Max Planck.
(....)
Notas:
Em 1948, a Universidade do Brasil, atual UFRJ, recebeu uma carta da Real Academia Sueca de Ciências dirigida a César Lattes. Essa correspondência era sobre a pesquisa da produção artificial de mésons que o físico desenvolvia em parceria com Eugene Gardner, e pela qual a Comissão do Prêmio Nobel de Física vinha demonstrando interesse. A carta só foi entregue ao seu destinatário um ano depois... Ficou "esquecida" em certas gavetas e em certos escaninhos das secretarias dos Departamentos e Institutos da Universidade...
Nesse episódio da carta "esquecida", seria bastante elucidativo verificar o nome dos que ganharam o Prêmio Nobel de Física nos anos de 1950, 1951 e 1952 (Frank, Cockcroft, Bloch) e reparar quais os tópicos de pesquisa foram destacados nessas ocasiões... Não estariam todos exatamente no âmbito das descobertas e dos estudos pioneiros de César Lattes? ... Ou seria, admiravelmente, apenas mais outra daquelas repetidas e incríveis coincidências alegadas por Grahan Bell, Sabin e tantos outros inventores, cientistas, filósofos e acadêmicos?
"Nesse período, o meu parceiro de pesquisa morreu. E como não se dá prêmio póstumo, perdi a oportunidade..."
César Lattes, na mesma entrevista


Professor Cesar Lattes, físico brasileiro, falecido em 2005.
Post Scriptum, em 09/072010
É impressionante como a "academia" se agita ao se deparar com a entrevista de César Lattes. Bem, não é só aquela "academia", mas encontramos, por toda a internet, leigos opinando sobre a "genialidade" de Einstein, apesar de nada entenderem, sequer da mais rudimentar aritmética. É espantosa também, a aflita movimentação de certos professores a desqualificar a denúncia de Lattes, sem ao menos verificarem o fundamento daquelas afirmações. Fingem que nunca souberam de denúncias de outros cientistas, como Gotthard Barth, nem das evidências e demonstrações de pesquisadores como António José Saraiva... São muito distraídos... E, como diz Lattes: "Tem muita gente ganhando a vida ensinando as teorias do Einstein."... É o velho e desavergonhado lobby...


Há dúvidas quanto à sua famosa ‘Teoria da Relatividade’ também por parte de outro cientista, Gotthard Barth, que em entrevista a Kawi Schneider em Berlin, no verão de 1990, disparou contra Einstein também. Veja no link:
http://www.alfredo-braga.pro.br/discussoes/barth-einstein.html


O físico Gotthard Barth que também contesta Einstein.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Parabéns Doutor...

Hoje é dia 18 de outubro, Dia do Médico. Com este post deixo minha homenagem a todos os médicos que têm me tratado durante toda minha vida, desde que nasci, o meu pediatra Dr. Olindo Saviolli Pimentel. Não citarei outros nomes, pois não quero incorrer em nenhuma falha de memória. A todos os meus anjos da guarda, deixo meus parabéns pelo dia de hoje, e ainda, minha mais profunda gratidão por cada minuto de ouvidos atentos às minhas queixas e os braços sempre abertos para um seguro e aconchegante abraço.
Essa dedicação não tem preço.
Por que Hipócrates é considerado o “pai da Medicina”? Em uma pequena ilha do mar Egeu, na Grécia, a Ilha de Kós, floresceu a escola médica hipocrática, que separou a medicina da religião e da magia; afastou as crenças em causas sobrenaturais das doenças e fundou os alicerces da medicina racional e científica. Existem dezenas de versões do famoso Juramento de Hipócrates, que foi feito por ele anos antes de Cristo. Diante da dificuldade em apresentar o texto mais fiel ao que está no manuscrito em grego, transcrevi, a seguir, a tradução para o português de Bernardes de Oliveira, autor do livro A evolução da medicina até o século XIX, baseada no texto inglês de W.Jones.
 
 
"Juro por Apolo Médico, por Esculápio, por Higéia, por Panacéia e por todos os deuses e deusas, tomando-os como testemunhas, obedecer, de acordo com meus conhecimentos e meu critério, este juramento: Considerar meu mestre nesta arte igual aos meus pais, fazê-lo participar dos meios de subsistência que dispuser, e, quando necessitado com ele dividir os meus recursos; considerar seus descendentes iguais aos meus irmãos; ensinar-lhes esta arte se desejarem aprender, sem honorários nem contratos; transmitir preceitos, instruções orais e todos outros ensinamentos aos meus filhos, aos filhos do meu mestre e aos discípulos que se comprometerem e jurarem obedecer a Lei dos Médicos, porém, a mais ninguém. Aplicar os tratamentos para ajudar os doentes conforme minha habilidade e minha capacidade, e jamais usá-los para causar dano ou malefício. Não dar veneno a ninguém, embora solicitado a assim fazer, nem aconselhar tal procedimento. Da mesma maneira não aplicar pessário em mulher para provocar aborto. Em pureza e santidade guardar minha vida e minha arte. Não usar da faca nos doentes com cálculos, mas ceder o lugar aos nisso habilitados. Nas casas em que ingressar apenas socorrer o doente, resguardando-me de fazer qualquer mal intencional, especialmente ato sexual com mulher ou homem, escravo ou livre. Não relatar o que no exercício do meu mister ou fora dele no convívio social eu veja ou ouça e que não deva ser divulgado, mas considerar tais coisas como segredos sagrados. Então, se eu mantiver este juramento e não o quebrar, possa desfrutar honrarias na minha vida e na minha arte, entre todos os homens e por todo o tempo; porém, se transigir e cair em perjúrio, aconteça-me o contrário".

domingo, 17 de outubro de 2010

Vargas Llosa, cidadão do mundo

Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura 2010

Telephone interview with Mario Vargas Llosa immediately following the announcement of the 2010 Nobel Prize in Literature, 7 October 2010. The interviewer is Adam Smith, Editor-in-Chief of Nobelprize.org. 

Click aqui para ouvir a ligação telefônica!
http://nobelprize.org/mediaplayer/index.php?id=1383

Breve Biografia
Jorge Mario Pedro Vargas Llosa nasceu em Arequipa, no Peru, em 28 de março de 1936, e passou a infância na Bolívia. De volta ao Peru, estudou direito e letras. Em 1959, foi para Madri, onde fez doutorado em filosofia e letras. Mudou-se para Paris, como redator da France Presse. Seu primeiro livro, 'Os Chefes', foi publicado em 1959. Obteve sucesso internacional com o romance ‘Batismo de Fogo’, de 1962, traduzido para várias línguas. Em 1964, regressou ao Peru e realizou sua segunda viagem à selva amazônica. Trabalhou como tradutor para a Unesco, na Grécia. Publicou ‘Pantaleón e as Visitadoras’ em 1973. Em anos seguintes, morou em Paris, Londres e Barcelona. Em 1981, publica ‘A Guerra do Fim do Mundo’, no qual narra a história da Guerra de Canudos. Voltou ao Peru em 1983 e, sete anos depois concorreu às eleições presidenciais, chegando ao segundo turno. Em seguida, mudou-se para Londres, onde vive até hoje. Entre seus muitos títulos de ficção, jornalismo e ensaio, cabe mencionar os mais recentes, ‘A Linguagem da Paixão’, de 2002 e ‘Paraíso na Outra Esquina’, de 2003.

Entrevista a Guilherme Freitas do Globo em Porto Alegre
Uma semana depois de receber o Nobel de Literatura, o peruano Mario Vargas Llosa começa a dar sinais de estar experimentado aquilo que o português José Saramago, vencedor do prêmio em 1998, classificou como uma espécie de "maldição": o assédio constante por parte da imprensa e dos leitores, interessados em todos os movimentos e opiniões daquele que se torna subitamente o escritor mais famoso do mundo, até que o próximo Nobel seja anunciado.
Em pouco mais de uma hora de entrevista, Llosa defendeu com entusiasmo antigas bandeiras suas, como o liberalismo econômico e a legalização das drogas, mas, ao examinar o cenário eleitoral brasileiro, preferiu não falar diretamente sobre os candidatos. Segundo Llosa, “Seria irresponsável da minha parte opinar de forma partidária sobre as eleições", justificou. Não se furtou, entretanto, a avaliar os oito anos de governo Lula, com elogios à estabilidade econômica e ressalvas à política externa.
“Lula fez um bom governo, no qual o Brasil cresceu muito e adquiriu um prestígio internacional admirável. Creio que ele deixou de lado idéias antiquadas de esquerda para aplicar fórmulas social-democratas, continuando algumas políticas de Fernando Henrique Cardoso. Mas essa postura não combina com suas amizades com Fidel Castro e Hugo Chávez. Como se pode ser um líder democrata e abraçar essas pessoas?”
Um intelectual que flertou com movimentos de esquerda na juventude, mas que, com o tempo, se tornou um dos porta-vozes do neoliberalismo na América Latina, Vargas Llosa diz ter observado um "progresso considerável" nos governos da região nas últimas décadas. Para o escritor, são cada vez mais raros cenários como o do Peru dos anos 1950, cujo regime ditatorial retratou naquele que considera seu melhor romance, "Conversa na Catedral", de 1969.
“Quando eu era jovem, a América Latina estava tomada por ditaduras. Governos civis e democráticos eram exceções à regra. Hoje temos um pluralismo político, com a liberdade de expressão garantida na maior parte do continente. São democracias imperfeitas, mas democracias. Hoje temos uma esquerda democrática em países como Uruguai e Brasil, e uma direita democrática, como no Peru e na Colômbia.” "Uma governante (Cristina Kirchner, da Argentina) que toca no fundo da demagogia e do populismo". A Fidel e Chávez chamou de "ditador" e "semiditador", respectivamente.
Suas idéias sobre literatura também mudaram ao longo do tempo. Na juventude acreditava cegamente no modelo de "literatura engajada" proposto pelo francês Jean-Paul Sarte. "Para um jovem de um país subdesenvolvido, era um alento imaginar que a literatura por um lado era uma arte, mas por outro uma forma de intervir na vida pública.” Hoje afirma que a literatura "não pode ser convertida num instrumento de ação política".
“Creio que a literatura deixa marcas profundas na vida, mas de forma indireta, através das consciências e da sensibilidade, e de uma maneira imprevisível. Não se pode programá-la ou dizer ‘vou escrever assim para mudar a sociedade’. Isso é uma ingenuidade. Mas ainda creio que a literatura estimula, sim, a atitude crítica frente ao mundo. Não é à toa que todos os regimes totalitários estabelecem formas de controle da literatura, porque vêem nela um perigo.”
“A idéia de política alimentada por um escritor, ou por um intelectual que vê a política de dentro de uma biblioteca, é equivocada. A política pode ser também isso, mas é intriga, manobra, uma atividade que, como tudo que toca o poder, tira o melhor e o pior da pessoa. Numa campanha eleitoral, tira, sobretudo, o pior. Não quero dizer que não se deva fazer política, mas é preciso saber o que é a política. Ela tem uma dimensão generosa e idealista, mas também uma dimensão terrível.”



O presidente do Peru, Alan García, disse sobre o Nobel concedido à Vargas LLosa: "Es un gran día para el Perú y un reconocimiento a un peruano universal". Pessoalmente, acho essas frases de oportunismo político uma pobreza de espírito, desprovidas de sensibilidade intelectual, simplórias. Homens como o peruano Vargas Llosa, o colombiano Gabriel García Márquez (Nobel de Literatura de 1982), o português José Saramago (Nobel de Literatura de 1998), assim como outros homens singularmente no plural, mundo afora, essencialmente, já não têm uma cidadania, são cidadãos do mundo, como disse Sócrates.


Abaixo o texto em português da nota deixada pela abertura do Instituto Cervantes em Berlim

Felicito al Instituto Cervantes por este magnífico local, donde los alemanes de esta antigua y renaciente capital podrán familiarizarse con la lengua de Cervantes y hago votos porque esta casa-biblioteca tenga muchos estudiantes y lectores que tiendan un puente de amistad entre las culturas alemana y española.
Mario Vargas Llosa, Berlín, 19 de marzo de 2003

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Todos somos muito especiais

"As pessoas precisam entender que as crianças com necessidades especiais não estão doentes. Elas não procuram uma cura, apenas aceitação. Esta semana é para a educação especial. Noventa e três por cento das pessoas não vão copiar e colar este texto. Você pode ser parte dos sete por ...cento e deixá-...lo no seu mural por pelo menos, uma hora."
Diversidade é mais do que diferença

Li este texto no Facebook de um amigo e resolvi não mantê-lo no meu painel por uma hora, eu posso fazer mais do que isso. Essa é a minha modesta contribuição para que, repetindo o que sempre digo, as pessoas, ao lerem este artigo, reflitam um pouco mais sobre onde exatamente queremos chegar. Que sociedade queremos para nós e nossos descendentes?

Engana-se quem pensa que pessoas com necessidades especiais, sejam elas crianças ou adultos, precisem ser aceitas. Como assim, aceitação? Elas são pessoas como qualquer um de nós. Brincam, cantam, choram, sentem calor, às vezes frio, sentem vontade de um colinho, sorriem, dizem coisas inesperadamente belas, ou incrivelmente atrevidas, assim, como qualquer um de nós. Pelo menos dentro de mim não existe essa coisa pequena de aceitação. Nenhum ser humano, em nenhuma condição ou circunstância, deve "pedir" para ser aceito. O normal deveria ser todos nós os aceitarmos naturalmente, pelo simples fato de sermos todos humanos. Só isso. Eu pensei que não precisasse de nada além disso.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Toponímia Carioca

Voltarei a fazer meus posts normalmente neste fim de semana. Até lá, vou deixar um "enigma bobinho" que elaborei rapidamente para aqueles que apreciam o Rio de Janeiro dos tempos d'antanho.


Há neste enigma da toponímia carioca apenas uma ressalva com relação aos nomes das ruas, peço que considerem os nomes antigos que sejam os imediatamente anteriores aos atuais, ou seja, os mais conhecidos. Seria uma tarefa hercúlea pesquisar a data de abertura de cada rua e com que nome na época a que se refere o enigma. Aqui vai ele:

É primavera e logo que abri as janelas do quarto vi o dia luminoso da cidade. Desci para o dejejum e papai e mamãe já estavam a minha espera. Papai logo se levantou e pegou seu chapéu, pois já estava atrasado para o trabalho. Papai era um negociante, grande capitalista e proprietário. Portanto não tinha um local fixo de trabalho. Hoje, por exemplo, ele precisou assinar uns papéis num escritório próximo à nossa casa, numa das Caixas Bancárias que administrava e, por isso resolveu ir caminhando. Mas quando ele ia à Caixa Econômica, pegava sua Vitória, carruagem inglesa fabricada pela Plymouth. Quando ia à Guarda Nacional, onde era comandante, também era aconselhável que nosso cocheiro já estivesse com a Vitória preparada a esperá-lo. Eu minha mãe, Romana, saímos pelo portão principal da casa e tomamos a esquerda para irmos até a Paróquia de Santa Rita. Era uma distância considerável e resolvemos chamar um tílbure. Nossa rua estava sossegada como sempre, com exceção do seu final, onde ficava o colégio dos meninos que, às vezes, faziam alguma algazarra. A mim não incomodavam. Eu até gostava de vê-los passando tão felizes pela rua.

Quando saímos da igreja, fomos caminhando até a Rua das Violas. Minha mãe precisava fazer uma rápida visita a uma comadre sua que não estava bem de saúde. De lá, fomos caminhando pela rua do Ourives para chegar até nossa modista na Rua do Ouvidor. Eu provaria meus vestidos para o verão que se aproximava. Àquela hora, quando saímos do atellier de Mme. Blanche, já estávamos famintas e resolvemos fazer um lanche numa confeitaria de um senhor francês inaugurada naquele ano numa esquina da Rua dos Latoeiros. Experimentei pela 1ª vez uma delícia chegada de Paris, o sorvete. Vi sair da cozinha taças de sorvete tão enfeitadas que pareciam verdadeiras obras de arte.

Bem, depois de apreciarmos o saboroso sorvete vindo da França, tínhamos que nos apressar, pois não tardava e eu deveria estar em casa pronta para minha aula de piano. Em uma hora minha professora estaria a minha espera. Mamãe, sagaz como sempre, chamou o tílbure e pediu ao cocheiro que nos deixasse em casa tomando o caminho do Roccio até o Campo da Aclamação e de lá tomar o caminho que passava em frente à Escola de moças bem perto de minha casa. A propósio a escola também era recente nas redondezas de minha casa.

Bem... Chegamos. Mamãe vai ver como anda a rotina da casa enquanto vou me preparar para minha aula de piano. Logo depois das aulas de piano, papai abrirá a porta de casa e já chegará chamando por meu nome. Clara! Clara Guilhermina, onde estás? Talvez hoje ele tenha algum mimo para mim. Papai é um homem muito importante e com muitos títulos, tantos que eu mesma ainda me surpreendo.

Pergunto: você já sabe o endereço atual da minha casa? É só isso que eu desejo que você diga, OK?! Espero que seja divertida a busca da solução para este enigma despretencioso. :))