sexta-feira, 30 de julho de 2010

Eu Recomendo...

Não deixem de dar uma olhadinha no link para o excelente artigo do Café História sobre a digitalização da revista Sino Azul, a revista da antiga CTB (Companhia Telephonica Brasileira), publicada de 1928 a 1989. A Fundação Telefónica digitalizou todos os exemplares desta preciosidade. Vale à pena conferir também o site da fundação e da coleção digitalizada.
Parabéns à equipe da Fundação Telefónica pela excelente iniciativa de preservação de um acervo precioso.

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/arquivo-cafe-historia-nas

http://www.colecaosinoazul.org.br/




Exemplar da revista Sino Azul de outubro/1929

terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu Amo o Charlie Brown

Hoje vou deixar com vocês apenas o meu maior ídolo, o Charlie Brown. Eu amo o Charlie Brown. De todas as personagens de desenho animado, nenhuma me foi tão marcante quanto a Garotinha Ruiva, símbolo-mor de todos os amores idílicos e nunca concretizados. O que dizer de alguém que jamais teve coragem para falar com a Garotinha Ruiva e confessar a sua paixão? Charlie Brown pergunta em uma das tirinhas dos Peanuts: "mas o amor não existe para fazer a gente feliz?" Nem sempre, Minduim, nem sempre. Que o digam as angústias caladas, os sentimentos represados, tudo que passa pelo vórtice da paixão. Os personagens de Schulz sofrem com amores não-correspondidos. Sally ama Linus que ama sua professora; Lucy ama Schroeder que ama Beethoven (o compositor mesmo); Patty Pimentinha ama Charlie Brown que ama a Garotinha Ruiva. Bem... Enquanto aguardo a chegada da Grande Abóbora, vou vivendo meu momento Charlie Brown na vida.
Finalmente, a Grande Abóbora
Quem acompanhou as histórias da turma dos Peanuts, perguntará: “ué, mas Charlie Brown não chegou a beijar a Garotinha Ruiva uma vez?” Sim, foi no especial para a TV "It's Your First Kiss, Charlie Brown", produzido em 1977. Vale à pena ressaltar que ela jamais foi mostrada em sequer uma tirinha de Schulz (a não ser através de menções feitas por outras personagens), e que sua aparição no desenho animado foi realizada à revelia de Schulz. Os produtores da TV deram até mesmo um nome para ela: Heather
The first kiss
Para os puristas (e eu me incluo entre eles), essa aparição é apócrifa e completamente oposta ao espírito original da personagem. Afinal de contas, como nomear ou dar face ao Mistério? Porque a Garotinha Ruiva nada mais é do que a metáfora daquele amor idílico que sentimos um dia na vida, aquele amor que permanecerá para sempre imaculado e perfeito em nossos sonhos platônicos. 

Ahhh... A paixão... É devastadora...

Os eternos amigos de todas as horas Charlie Brown e Snoopy
  
O meu ídolo, Charlie Brown



sábado, 24 de julho de 2010

Blogueira à beira de um ataque de nervos

Caros leitores,
Fiquei sem o meu computador durante três dias. Estou colocando "a casa em ordem" para poder retomar meus posts. O problema é que instalei o Windows 7 e o score ainda está:
Windows     –   10
Eliane         –    0
Tomara que este fim de semana seja chuvoso, pois vou passá-lo inteirinho em frente ao PC tentando administrar os conflitos entre os meus arquivos e programas que estavam no XP e que agora conviverão (ou não?) com o Windows 7.
Desculpem-me pelo inconveniente.


domingo, 18 de julho de 2010

Você se lembra? Ou nunca ouviu falar?

Será que alguém ainda se lembra de Lygia Maria Lessa Bastos? Pois eu encontrei uma entrevista que ela deu ao site “Gente em Foco” e que foi publicada em 29/06/2003. A entrevista foi dada a Lou Micaldas, professora, formada pelo Instituto de Educação, e jornalista, criada e formada no Jornal do Brasil.


Sempre fiz uma oposição forte, mas era construtiva. Eu dizia: você está errado por isso, assim, assim... e o caminho é esse assim, assim...Tive essa formação. A gente fazia oposição aos atos do governo e havia muito material para se fazer a oposição. Éramos contra a ditadura Vargas.

Lygia Maria Lessa Bastos
LOU: Foram quase 10 anos de ditadura...
LYGIA: O Getúlio era popular. Ele ganharia a eleição. Não sei, até hoje, não entendi por que ele ficou ditador por tanto tempo, equilibrando-se com os comunistas e os da direita. Esquerda e direita. Era o Plínio Salgado, à direita, que comandava o partido, e do outro lado, o Prestes, no partido de esquerda. Em 47, foram eleitos 17 comunistas. Quando o Dutra ganhou, o Dutra fechou o partido comunista e eles ficaram na ilegalidade. Preferia que eles continuassem no legislativo.

Direita & Esquerda

LOU: E como foi sua convivência com os comunistas?
LYGIA: Eles foram vereadores comigo, por um ano. Nós nos demos muito bem. Os comunistas eram 17. Foi um mal eles fecharem o PCB. E nessa legislatura, que foi a primeira, os comunistas indicaram Aparício Torelli, que era um intelectual, inteligente, e Otávio Brandão, com uma cultura invejável. Os dois fizeram parte da Comissão de Educação. Foi o melhor período da legislatura em relação aos debates e decisões. Eles colaboravam bastante.
Tive oportunidade de votar com eles, contra a vontade de minha bancada, em relação à merenda escolar. Nesse período, eles votaram também projetos meus.

LOU: Você conheceu bem os bastidores da Presidência da República, na época do Jânio Quadros...
LYGIA: Eu era admiradora do Jânio Quadros, desde quando eu era vereadora e ele vereador também, por São Paulo. Nós nos conhecemos quando ele veio ao Rio.

LOU: Você ficou quanto tempo como vereadora?
LYGIA: Fiquei de 47 até 60. Ganhei 10 mandatos seguidos. Fui sendo reeleita, sendo que eu fui eleita pelo Distrito Federal. Mas depois, com a mudança da capital para Brasília, em 21 de abril de 1960, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se o estado da Guanabara, de 1960 a 1975. Aí, fui Constituinte da Guanabara e depois, a partir de março de 1975, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, fui Deputada do Rio de Janeiro. E, finalmente, acabei como Deputada Federal.
Nas duas últimas legislaturas de 75 a 82, fiquei na Câmara dos Deputados, em Brasília, na ARENA, pois os partidos haviam sido extintos e só restaram dois. O outro era o MDB.

LOU: Eram 300 e tantos homens e você a única mulher?
LYGIA: A única mulher na primeira legislatura, de 75 a 78. Em 78, viajei a quatro estados e consegui levar mais três eleitas. No meu último mandato, em 82, quando o abandonei, entraram oito. A coisa foi melhorando. Hoje em dia é muito fácil ser candidato, embora se gaste muito dinheiro. Naquela época não. O que valia era mais o prestígio, eram os amigos, os parentes que trabalhavam. Hoje em dia, já entrou a corrupção. Estamos sentindo isso, acompanhando na televisão, vendo os históricos e as prestações de contas.

L0U: Como foi isso?
LYGIA: Tudo veio um pouco antes, veio de 82, quando acabou o que eles chamam a ditadura militar. Que eu acho que não houve... Depois que saiu o Figueiredo, que foi o último militar que ocupou a Presidência da República, quando acabou essa etapa, o que veio foi uma ditadura civil, que durou oito anos, pior do que todo o tempo da ditadura militar.

LOU: Mas, voltando aos bastidores do governo Jânio Quadros.
LYGIA: Fui honrada com um convite pra fazer um estudo da reforma política, porque ele sabia o que eu pensava e ele disse assim: "Lygia, começa a pensar nisso". E nós ficávamos o fim de semana lá e eu ia procurar pessoas da comissão de economia e finanças para esclarecimentos necessários. Eu não era técnica nesse assunto. A minha especialidade é educacional. Mas na parte política eu entendia muito, porque fundei um partido, fui secretária e tesoureira do partido nas piores horas das dificuldades partidárias. Naquela época, fui da direção. Depois, eu só fiz parte da comissão diretora e, naturalmente, da Federação toda. Em Brasília, fui a única mulher que pertenceu à comissão executiva. Enquanto eu estive lá, de 75 a 82, não houve torturas. Muito pelo contrário. Muita gente da oposição conseguiu realizar muitas obras e votar com o governo. Enquanto eu, numa ocasião, votei contra o governo apesar deles fazerem apelo na Reforma do Judiciário. Eu fui contra o caso dos cartórios e votei contra por convicção.

LOU: O caso dos cartórios era aquela pouca vergonha de serem hereditários?
LYGIA: Era. Os cartórios eram hereditários. E eu, aqui do Rio, na Constituição da Guanabara, votei a favor da emenda que acabava com esse privilégio. A mensagem do Governo da Arena, incluindo isso, me obrigou a votar contra e ser coerente.

Jânio Não Renunciou

LOU: Você estava me dizendo que Jânio Quadros não renunciou, que foi deposto. Você acha que ele foi deposto por causa da reforma política que ele queria fazer?
LYGIA: Está tudo no meu discurso. Está nos anais da época. Ninguém desmentiu. Ele foi deposto pelo General Cordeiro de Farias. Os dois ministros, Pedroso Horta e Afonso Arinos, entraram num acordo e ele aí teve que ir frente às câmeras e ler um documento. O povo todo viu quando ele foi levado para Cumbicas, com dois soldados, de fuzil em punho, ao lado do carro.
Então ele não saiu espontaneamente. Quando nós mandamos o trabalho da reforma pra ele, ele telefonou, dizendo: "magnífico!". Aí eu fiquei aguardando. Não sabia quando ele iria fazer a reforma. Acontece que o Carlos Lacerda precisou ir a Brasília. Ele era o Governador do Estado da Guanabara; ele foi eleito em 60.

A Tribuna da Imprensa começou a fracassar porque ele deixou a direção com o filho dele, um rapaz inteligente, mas não era experiente, não era um jornalista como era o Carlos.
Então ele foi falar com o Jânio que a Tribuna estava falindo. E o Jânio disse a ele que isso era uma gota d'água no oceano, porque isso não era nada, perto do que ele tinha que fazer e não podia. Então, em dado momento, o Jânio disse para o Carlos: "A gente só pode legislar e fazer alguma coisa aqui se fechar o Congresso. Tem que haver uma mudança política pra se fazer essa reforma. Porque, caso contrário, não se consegue nada. Não se vota nada em benefício do povo".

E, no fim da conversa, quando o Carlos perguntou "onde que eu vou dormir?" O Jânio disse assim: "O Hotel Nacional já está com reserva pra você".

Consta, eu não posso provar isto, que Carlos Lacerda não gostou de não permanecer no Palácio, de ter que ir pra um hotel. Mais tarde, o Ministro Pedroso Horta foi procurá-lo no hotel para dar uma satisfação. E o Carlos Lacerda falou para o Pedroso Horta, que não gostou de ser recebido assim e voltou para o Rio.

De madrugada, Carlos Lacerda entrou no ar, declarando que o Jânio ia fechar o Congresso. E, aí, então o General Cordeiro de Farias, naturalmente, foi acionado, eu calculo, também não posso provar.

Mas eu pergunto: como é que às 2 horas da manhã, o General Cordeiro toma conhecimento e de manhã cedo chega a Brasília de avião, reúne os três ministros militares do Jânio e vai ao Palácio e pergunta ao Jânio: "O senhor vai fechar o Congresso?"
E o Jânio: "General, o senhor está preso".
Aí o General Cordeiro de Farias virou-se para ele, na frente dos três ministros militares, e disse:
"E o senhor está deposto"!
Aí, o Jânio perguntou aos ministros:
"Eu estou deposto, ou ele está preso?"
E os ministros abaixaram a cabeça.

Essa é a história que foi contada, eu não tenho prova. Mas conversei com o Jânio. Eu fui dentro do navio, quando ele voltava, porque, na ida, eu não pude entrar. Conforme todo mundo sabe, o navio ficou em alto-mar.

Esperei. Mandei meu discurso, dizendo que ele foi deposto, mas não tive resposta. Quando eu soube que ele estava voltando, fui vê-lo. Entrei com um coronel e o meu primo, Decio Lessa Bastos.

Jânio me abraçou e disse: "Lygia Lessa Bastos, não adianta você dizer que eu fui deposto! Porque eu li na televisão, em frente às câmeras, que eu estava renunciando pra evitar um mal maior. Você assistiu tudo pela televisão. Eu li o seu discurso, mas não posso dizer nada."




Sobre Pavões e Pingüins

Quero compartilhar com vocês que me acompanham aqui no blog um post sobre uma animação denominada "Sobre Pavões e Pingüins". Ela foi deixada por um grande amigo, Gilberto Damasceno Jr., em site de networking do qual participamos. Usando as palavras dele próprio para descrever a animação: "singela e no ponto; espero que goste."
Eu aposto que quem vir, apreciará a história de "Perry, the peacock".

quarta-feira, 14 de julho de 2010

La Fête Nationale Française

"C’est la prise de la Bastille le 14 juillet 1789 qui est à l’origine de la Fête Nationale."

"É na tomada da Bastilha no dia 14 de julho de 1789 que encontramos a origem do feriado Nacional francês. Esta manhã, os cidadãos de Paris pegam as armas desde Les Invalides e vão para a Bastilha que é uma fortaleza real. "
"Este é o marco da Revolução Francesa. A edificação em si, foi completamente demolida durante os meses seguintes. Foi apenas na III República que Gambetta decide oficializar esta data como o feriado nacional da República. Hoje, o 14 de julho manteve seu aspecto oficial, em particular com as paradas militares nos ritmos do hino nacional “La Marseillaise” de Rouget de l’Isle. Em Paris, os exércitos se aparecem em frente ao Chefe de Estado no Champs-Elysées. Mas, em toda a França há bailes, luzes e fogos de artifício que trazem um lado amigável e familiar a esta data."
O 'bleu, blanc, rouge' da bandeira francesa

A história da Revolução Francesa é muito, muito mais do que este parágrafo, mas aqui está à guisa de homenagem aos franceses.
Fonte: http://chrisabraham.com/

Subestimar os jovens, em tempos de Internet, é insensato... Será?

Esta semana, encontrei no site de networking do qual faço parte, o seguinte tópico: “Publiquei recentemente no Webinsider e no meu blog (http://piorespraticas.wordpress.com) um artigo-desabafo. O ponto é: por acharem que em time que está ganhando não se mexe, muitas vezes pessoas experientes desprezam a opinião, e até a concorrência, de mais jovens. No entanto, são esses jovens, na maiora das vezes, quem melhor domina a 'linguagem' da internet. Queria saber a sua opinião sobre o assunto.”

E aqui vai minha ponderação sobre o assunto. Há aqui neste grupo alguns tópicos falando do preconceito sobre as pessoas com mais de 45/50 anos. Hoje, vi seu tópico falando do preconceito existente em não se dar voz aos jovens no que concerne à Internet.
Sabe o que eu penso? Acredito que o melhor nas nossas vidas não é só o coração, nem só o cérebro, mas o EQUILÍBRIO. E para tomarmos decisões equilibradas, agirmos equilibradamente, é fundamental tirarmos a palavra 'preconceito' do nosso vocabulário.
Não sei se você já teve a oportunidade de ver, e aqui estou saindo do ambiente de um escritório, pessoas idosas em contato com crianças ou adolescentes. Quando isso é feito despretenciosamente, o resultado é uma interação maravilhosa. A troca de emoções e pensamentos (coração e cérebro) é sensacional. Existem duas experiências deste tipo sendo feitas em asilos públicos na França e Alemanha. Vi uma reportagem séria e bem feita sobre o tema. Quando esta interação entre gerações se dá, há uma melhora considerável na qualidade de vida de todos.
Os jovens passam a se questionar mais e a buscar a história em torno do que foi conversado. Os idosos passam a se abrir mais para novas experiências e a relembrar que quando tinham aquela idade, eram abertos às novas idéias.
Voltando ao ambiente do escritório, esse seria o ideal de uma equipe. Assim como temos negros, brancos, gordos, magros, altos, baixos, mulheres, homens, também precisamos ter jovens e maduros fazendo parte da mesma equipe. A mistura de experiências é que dá a "liga" na massa; aquela massa na qual temos de "colocar a mão".
Você diz assim, na introdução do seu tópico, "por acharem que em time que está ganhando não se mexe"... Eu não sei, mas, será que é por este motivo que andam desprezando a opinião dos mais jovens? Eu acho que não. Eu acho que é muito pior do que isso. É por MEDO.
Os mais "experientes" têm medo de perder seu lugar para os mais jovens. Os mais jovens têm medo de serem desbancados pelos mais experientes. E assim, de medo em medo, essa corrente vai indo e vira moto-contínuo. Quem vai quebrar esta corrente? Eu não sei. Não será uma única pessoa. São muitas. Somos todos nós. Talvez, não estou certa, mas talvez, se cada um de nós passar a esquecer o MEDO em casa ao sair para o trabalho... Quem sabe, não chegaríamos todos de corações mais abertos para incorporar na equipe, os mais habilidosos para cada tipo de tarefa?
Porém... Para isso, teremos de ser mais altruístas e verdadeiros. Não para com os outros apenas, mas principalmente, para conosco.
O ponto é que isso tudo aí que eu escrevi constitui-se em uma "revolução" imensa que todos precisaremos, mais dia menos dia, de empreender dentro de nós mesmos. Acredito que essa revolução é a mais difícil de todas as que já ouvi falar. Por isso, talvez ainda leve muito tempo para chegarmos lá.
Interação entre gerações não pode ter rótulos
E veja que eu nem precisei rotular as pessoas de gerações diferentes de ‘X’, ‘Y’ ou ’Z’... Mas aqui já é uma outra história.

sábado, 10 de julho de 2010

"Meu filho, eis aqui o mundo como ele verdadeiramente é."

Hoje não vou postar nenhum texto longo, ou curto, sério, ou de humor, profundo, ou superficial, nada. Nenhum texto. Hoje, vou postar aqui uma das tirinhas do cartunista argentino Quino, aquele que criou a Mafalda. Eu a li no blog do Adriano Berger, um amigo virtual, e um homem que pára para pensar, refletir, e se preocupa com o futuro das próximas gerações deste planeta.
A tirinha foi postada por ele em 28 de junho de 2010, com o seguinte título: “Meu filho, eis aqui o mundo como ele verdadeiramente é”.
Depois que eu li a tiirinha, não parei de pensar no que estava dito por detrás daqueles desenhos, aparentemente inocentes e divertidos. Deixo também, o link para o post no blog do Adriano Berger.
Ele escreveu um texto ponderando sobre os valores que devemos passar aos nossos filhos desde a tenra idade. Devo admitir que eu, hoje, dou-me ao luxo de ainda não ter uma opinião formada sobre este assunto, posto que ele é mais do que profundo. Seguem as tirinhas.

Meu filho, eis aqui o mundo como ele verdadeiramente é.
















Esta é apenas a constatação do fato. O que fazer? É para refletir, não?!


segunda-feira, 5 de julho de 2010

História Prussiana de Amor - Final

A vida de Lida está cercada de lendas. Para um biógrafo, Lida contou que Fröhlich esbofeteou Goebbels e, para outro, que Fröhlich esbofeteou-a quando soube de tudo. Consta ainda que, por vingança, Goebbels suspendeu a isenção do serviço militar que Fröhlich tinha em virtude de sua condição de ator e mandou-o para a frente de batalha.
Lida Baarová
No outono de 1938, tocou o telefone de Lida. Era Goebbels, que se encontrava muito agitado, porque acabara de confessar para sua esposa o romance que ele e Lida mantinham. Mais adiante, Magda telefonou para Lida e tiveram uma conversa, na qual Magda disse: “Sou a mãe dos filhos dele e estou somente interessada no que ocorre na casa onde ele vive, tudo o que sucede fora dela não tem nada a ver comigo”. Magda só pediu a Lida uma coisa: “Deves prometer-me que não terás um filho dele”.
Passaram-se os dias, mas Magda sofria, vendo seu esposo loucamente enamorado de Lida Baarová. A situação terminou por explodir, quando Magda soube que Goebbels havia presenteado Lida com uma linda pulseira de ouro. A esposa do gênio da propaganda, com as provas do adultério colhidas pelo secretário de Goebbels, Hans Hanke (amigo íntimo de Magda e dizem que seu amante), resolveu então recorrer a Hitler, expondo-lhe todo o caso. Hitler se mostrou compreensivo, recusando a todo momento a proposta dela de divórcio, até convencê-la de que, para o bem do partido e de seus próprios filhos, deveria ficar junto de Goebbels.
Goebbels, a esposa Magda e seus três filhos
Dois dias após o encontro com Magda, Hitler mandou chamar seu Ministro para reprovar a sua conduta. Para surpresa de Hitler, Goebbels se mostrou determinado a renunciar à sua carreira no partido nazista, oferecendo seus serviços como cônsul em Tóquio, para onde estava disposto a viajar, supostamente na companhia da jovem amante. Hitler rechaçou esta idéia absurda – não queria que o matrimônio dos Goebbels, que encarnava o protótipo da família nazista, se rompesse.
Lida, que havia acabado de filmar Preussische Liebesgeschichte (História Prussiana de Amor), dirigido por Paul Martin e co-estrelado por Willy Fristch, foi chamada para uma delegacia de polícia, onde foi intimidada, proibida de trabalhar nos estúdios cinematográficos da Alemanha e de participar de qualquer ato social. Em março de 1941, desobedecendo às ordens de permanecer no país, Lida deixou Berlim, regressando para Praga. Ali, graças ao produtor Miloù Havel, participou de alguns filmes tchecos e peças teatrais. O filme com Fritsch foi proibido e seria lançado somente em 1950, recebendo outro título: Liebeslegend (Lenda de Amor).
Hitler e os dois casais Goebbels e Magda e Lida e Gustav
Com a ocupação alemã na sua pátria, Lida foi proibida de trabalhar também em Praga e então viajou para a Itália, a fim de continuar sua carreira de atriz, vindo inclusive a fazer um filme com Fellini, Os Boas Vidas / Vitelloni, em 1953. Depois, ela prosseguiria diante das câmeras no cinema espanhol até 1957.
Lida viu Goebbels pela última vez no Festival de Veneza de 1942. Segundo Baarová escreveu em suas memórias – “Die süsse Bitterkeit meines Lebens’ (A Doce Amargura de Minha Vida), publicada postumamente – Goebbels, ao vê-la, não lhe deu a menor atenção. Ela contou: “Ele deve ter me reconhecido, mas não fez o menor gesto. Era o mestre do auto-controle”.
Lída, e Willy Fristch, no filme História Prussiana de Amor
Quando os russos estavam se aproximando, os Goebbels abandonaram sua residência em Schwanenwerder. Ajudado por um colega do partido, Goebbels eliminava a sua correspondência e certos documentos pessoais, entre os quais aparece uma foto que lhe havia sido dedicada por Lida Baarová. Antes de jogá-la no fogo, Goebbels teria exclamado: “Aqui está uma mulher de beleza perfeita”.
Gustav Frölich, marido de Lida
Em 1945, Lida foi presa pelos americanos e brevemente encarcerada por colaboração. Sua mãe teve uma crise cardíaca no curso do interrogatório. A irmã, Zorka Janú, que também era atriz, se suicidou em março de 1946. Goebbels e sua esposa ficaram com Hitler no bunker, tirando suas próprias vidas e as de seus seis filhos.
Em 1949, Lida casou-se com Jan Kopecký, do qual se divorciou em 1956. Em 1959, ela emigrou para a Áustria, onde contraiu matrimônio com o médico sueco, Dr. Kurt Lundwall, e permaneceu até o fim de seus dias.
Lida sofria da doença de Parkinson e faleceu no ano 2000, em Salzburg, na propriedade que herdou após a morte de seu último marido.
Lida após a morte de seu último marido

domingo, 4 de julho de 2010

História Prussiana de Amor - Parte I

Surpreendi-me, ainda outro dia, ao ler uma história de amor que poderia ser apenas uma bela história romântica de um casal nos anos 30. Entretanto, esta história é especial por ser a história do romance tumultuado do casal Joseph Goebbels e Lida Baarová. Eu mesma nunca havia ouvido falar neste caso na vida de Joseph Goebbels, mesmo já tendo assistido a vários documentários sobre a II Guerra Mundial.
Como a história deste romance é riquíssima em detalhes, mesmo resumindo tive que fazê-la em duas partes. Vamos conhecer este affair, sem mais delongas.

Lida Baarová, cujo verdadeiro nome era Ludmila Babková (1914-2000), foi uma das atrizes mais célebres da ex-Checoslováquia nos anos 30 e trabalhou também em filmes alemães, italianos e espanhóis, conquistando maior popularidade no período em que atuou como contratada da UFA (Universum Film Aktiengesellschaft). Porém, Lida ficou mais conhecida por sua vida fora das telas, como amante de Joseph Goebbels, o poderoso Ministro da Propaganda e Informação do regime hitlerista.
Lida Baarová no início de sua carreira de atriz
A Sra. Magda Ritschel Qiandt divorciou-se de seu primeriro marido, um rico industrial, em 1929. Casou-se com Joseph Goebbels em 1931. Nesta foto vê-se o casal no dia de seu casamento. O menino usando uniforme da Juventude Hitlerista é o filho de 10 anos de Magda, Harold. Hitler, visto atrás deles, tinha interesses pessoais neste casamento.
Casamento de Goebbels com Magda. Na foto, seu filho, Harold e Hitler.
A carreira de Lida Baarová começou em 1931, quando tinha 17 anos. Ela era muito bonita e possuía o que se chama hoje de sex appeal. Portanto, não podia deixar de ser notada pelos realizadores de filmes. Lida queria ser atriz e foi estudar interpretação no Conservatório de Praga, mas não terminou o curso, porque foi convidada para fazer o primeiro filme no seu país natal, Kariéra Pavla Camrdy (ao pé da letra, A Carreira de Pavel Camrda), dirigido por Miroslav Krnansky.
Em 1935, Lida aceitou a oferta da UFA, o grande estúdio da Alemanha, para protagonizar, ao lado de Gustav Fröhlich, o filme Barcarola / Barcarole, dirigido por Gerhard Lamprecht, que se converteu num sucesso de bilheteria. O ator era casado e tinha uma filha, mas Lida e Gustav se apaixonaram e foram morar juntos.
Lida já contratada da UFA
O destino da jovem atriz poderia ter sido diferente se um dia ela não tivesse encontrado Joseph Goebbels, quando este acompanhava Hitler numa visita aos estúdios da UFA. Goebbels ficou fascinado pela jovem atriz e louco de amor por ela. Um dos personagens mais sinistros da Segunda Guerra Mundial, Goebbels tinha um corpo franzino, pequena estatura e um pé aleijado. Porém, apesar destas desvantagens, ele fascinava as pessoas por seu carisma e sua inteligência incontestáveis.
Goebbels era casado e já pai de três filhos. Ele começou o seu plano de conquistar Lida, convidando o casal Baarová-Fröhlich para diferentes reuniões sociais e durante meses assediou Lida implacavelmente.
Em 1937, depois de ter feito dois filmes “patrióticos” sob a direção de Karl Ritter, muito apreciados no Brasil, Traidores / Verräter e Entre Duas Bandeiras / Patrioten, Lida recusou uma proposta vantajosa da Metro-Goldwyn-Mayer, decisão da qual se lamentaria anos mais tarde: “Eu poderia ter sido tão famosa quanto Marlene Dietrich”. Goebbels jamais a deixaria abandonar a UFA para fazer cinema em Hollywood e ela se conformou, alegando para a imprensa que não queria se separar de seus pais.
O poderoso Min. da Propaganda e Informação de Hitler
Finalmente, Goebbels deu um beijo em Lida, dizendo: “Nunca tive na minha vida um amor por uma mulher como o que tenho por você”. A atriz sucumbiu ao charme do braço direito de Hitler e os dois concordaram que continuariam se encontrando às escondidas de Magda e de Fröhlich.
Os rumores deste relacionamento chegaram até Magda que, a princípio, decidiu ignorar o fato, acostumada com as aventuras do marido. Os mesmos rumores chegaram também a Fröhlich, apesar dos esforços de Lida para manter sua relação com Goebbels em segredo. Diferentemente da esposa de Goebbels, Fröhlich não ficou de braços cruzados. Seguiu os dois amantes, surpreendendo-os na entrada do chalé que Goebbels tinha comprado para seus encontros amorosos.

Aguardem o segundo e último capítulo da História Prussiana de Amor.