domingo, 16 de janeiro de 2011

Depois Eu Conto

Zé Trindade e Dercy Gonçales
Hoje, final de manhã de domingo, liguei a TV nos canais que eu e pouquíssimas pessoas gostamos de assistir. Parei na TV Cultura e não me contive. Pena que peguei o filme pela metade. Começara às 11:15h o filme nacional “Depois Eu Conto”. Vejam a ficha técnica:
Depois Eu Conto - 1956 Titulo: Depois Eu Conto Gênero: Comédia Musical Lançamento: 1956 Pais: Brasil Duração: 105 min. Direção: Watson Macedo Roteiro: Anselmo Duarte Produção: Watson Macedo Produções Elenco: Anselmo Duarte, Eliana, Ilka Soares, Dercy Gonçalves, Grande Otelo, Teófilo de Vasconcelos, Zé Trindade, Heloísa Helena, Humberto Catalano, Marion, Wilson Viana, Dea Selva, Fernando Azevedo, Dircinha Batista, Linda Batista... DVD - PeB Numeros Musicais Ivon Curi - Marion - Jorge Veiga Carmen Costa - Jamelão Vocalistas Tropicais - Linda Batista Dircinha Batista - Alcides Gerardi Fernado Azevedo e sua Orquestra Luiz Bonfá.

Nós não damos a menor bola para a cultura nacional, menos ainda em se tratando de coisas mais antigas. Infelizmente, muitos não tiveram a oportunidade de ter visto essa gente viva. Uma pena.

Uma comédia ingênua e despretenciosa, a não fazer rir. Dercy Gonçalves, como sempre, impagável. O filme procura explorar a hipocrisia da classe média, tirando partido dos boatos do 'Café Society'. Gostoso mesmo é ver as cenas de externa, que neste filme havia poucas. Ver uma externa num filme de 1956 é simplesmente não reconhecer o Rio de Janeiro ou, no mínimo, sentir saudade daquilo que sequer vivemos.

O que me fez escrever este post sobre o filme foram as gírias usadas pelas personagens. Algumas já conhecidas de todos, outras tantas, eu jamais escutei na minha vida. A que me chamou atenção mesmo foi “piu-piu”. Acreditem ou não, o filme terminou e eu não sei o que significava essa gíria dos anos 50. Pelo gesto repetido de quem a dizia, entendi que se tratava de algo parecido com “fechar o bico” ou ficar de boca fechada. Os diálogos eram sensacionais. O mocinho, o Zé da Bomba (de gasolina), sempre o Anselmo Duarte, quando chamava Dona Ofélia, a personagem da Dercy, de “jararaca” era quando queria ofender muito. Mas foi neste diálogo que Zé da Bomba nocauteou a Dona Ofélia:
Dona Ofélia: - Eles descobriram que eu tenho uma veia teatral.
Zé da Bomba: - Há há... Só se forem varizes.


Pois é, esse foi o grau máximo de ofensa ou vulgaridade nos diálogos. Diferente da atualidade, não?! Espero que nosso cinema venha a ter muita qualidade. E ele está caminhando para isso. Foi triste ter visto mais de uma década de cinema pornô sendo feito no país e, atualmente, lamento a onda monotemática de violência nas favelas. Que eles sejam tubos de ensaio para o futuro.

A propósito, alguém já ouviu essa gíria “piu-piu”?


2 comentários:

  1. Eliane, eu amo filme antigo, rsrsrs. Esse eu não vi, mas todos os que vejo me encantam mais que os filmes atuais. Naquela época tinha história, interpretação, música e dança. Hoje só tem beijo e drama...

    Tem uma emissora que chama Rede Brasil onde passa bastante pérolas também, inclusive seriados do meu tempo de criança. Minha filha quando não está vendo DVD está assistindo TV Cultura também, ótima a programação da manhã.

    Tenho passado aqui e lido os posts, mas não consigo parar para comentar... uff, rsrsrs

    Grande abraço!

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  2. Adriano, meu anjo, não se sinta na obrigação de ler todos os meus posts e muito menos de comentá-los. Eu tenho feito isso com seus blogs por 2 motivos. Primeiro pq são bons, e depois pq eu estou me aposentando e o que não me falta agora e tempo. rsrsrsrs

    Relax e passe por aqui só qdo vc estiver tranquilo em relação a tempo, OK?!

    Sobre os filmes, o que eu não estou aguentando mais são esses filmes do tipo "no actors allowed; just special effects movies". Não aguento ver um filme que só tem robots, hologramas, avatares etc, menos atores e atrizes. :))))

    Acho que a TV Cultura faz parte da Rede Brasil.

    Abração procê

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