domingo, 26 de dezembro de 2010

Como começou o Complexo do Alemão?


Considerada hoje uma das maiores e mais populosas favelas do Rio, o Complexo do Alemão era uma enorme fazenda até o final dos anos 1940. Seu primeiro proprietário foi um imigrante de origem polonesa, muito alto, branco e de fala enrolada. Por causa da sua aparência, os moradores da região passaram a se referir ao dono daquelas terras como "alemão".

Em meio a casebres na Favela da Fazendinha, em Inhaúma, no Complexo do Alemão, um casarão antigo se destaca. Para os moradores da comunidade, o imóvel é mal-assombrado. É chamado de asilo porque foi usado como abrigo para idosos. O Prof. Milton Teixeira pesquisou sobre o imóvel e descobriu que ele foi construído no início do século XX. A casa é o último resquício do passado no que hoje é o Complexo do Alemão.

Segundo o professor, o casarão é um típico chalé suburbano, provavelmente parte de uma chácara, talvez já desmembrada da fazenda do “alemão”, e hoje, a própria chácara também já desmembrada. Nela, morou a viscondessa de Embaré, Josefina Carvalhais Ferreira, viúva de Antônio Ferreira da Silva, o visconde de Embaré. Josefina morreu na primeira década do século XX, com cerca de 80 anos.


Casa da Fazendinha

Ainda em vida, a viscondessa doou os bens da família, em Santos (onde o marido havia nascido) e no Rio, para caridade. O casarão no Alemão foi transformado em asilo. Atualmente, no local funciona a Associação Mantenedora Casa Nossa Senhora de Piedade. O imóvel permanece a maior parte do tempo fechado e por vezes abriga eventos comunitários, como festas juninas. No jardim maltratado, há uma imagem da santa que dá nome à associação.

O terreno do "alemão" aos poucos foi sendo vendido para famílias que procuravam moradia barata na Zona Norte. Nos anos 1960, houve um grande fluxo de migrantes nordestinos para o Alemão. A explosão demográfica, no entanto, só ocorreu na década de 1980, quando o então governador Leonel Brizola autorizou as invasões, e a favela se multiplicou.

Fontes: 
1. Favela tem Memória  
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2. Jornal O Globo


3 comentários:

  1. Eu acho que não sou do meu tempo... acredite, gosto e me sinto bem em casarões antigos como esse. Eles carregam um certo charme, e principalmente uma sensação de frescor, paz e silêncio. Parece que isso me acalma, me faz muito bem.

    Abraços!
    Adriano

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  2. Adriano, eu tb gosto muito. Não é à toa que participo de uma comunidade chamada Rio Antigo. Vivo de máquina em punho fotografando os casarões da cidade em petição de miséria. E a maioria esmagadora deles tem uma história pra contar.

    Eu fico pensando... Acho que as capitais brasileiras cresceram demais e, por isso, as pessoas não têm como viver todas em casas desse tipo, em centro de terreno com espaço para árvores frutíferas e para as crianças brincarem, terem um bichino de estimação, pisar na terra, estar mais em contato com a natureza. Mas isso já é outra estória. rsrsrs

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  3. Pois é, Eliane... é por isso que plantei-me aqui em Palmas-TO, vou completar um ano nessa terra sem planos de ir para outro canto. Estou investindo na construção de minha casa num lugar que é quase melhor do que um sonho, com todos esses atributos que você listou a menos de 20km do centro da cidade.

    E um dia desses li um fórum no linkedin onde o autor dizia que viver nas metrópoles era praticamente uma obrigação para quem quisesse prospectar carreira... Eu acho que é possível prospectar carreira, almoçar almoçar com a família, buscar filho na escola e ainda pescar no quintal de casa todo fim de tarde, rsrsrsrs. Pra provar isso, desmembrei meu blog em dois e criei esse, levando para lá todos os posts correlatos: http://minhanadamolevida-to.blogspot.com/

    Grande abraço!

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