sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Blogueira de férias

Caros leitores, há pouco mais de uma semana que estou de férias e o aviso oficial não aparecia. Pois hoje (antes tarde do que nunca, desculpem-me), cá está ele. Estou de férias. Mas férias de quase dois meses. Ôba!!! Essas eu posso chamar de férias-dobradinha, mas sempre que eu tiver um tempinho, passo por aqui para postar alguma novidade. Combinado assim?




E por falar em férias, gostaria de comentar esse assunto com vocês, pois isso não me sai da cabeça. Eu realmente não consigo entender o motivo de as pessoas terem implantada no cérebro a ideia de que férias são aquelas que se tiram no verão e, de preferência, na praia.

Pensem comigo, se as férias são algo concebido para nosso descanso, em outras palavras, para darmos uma diminuída no ritmo frenético do trabalho etc, por que temos de ir para a praia? Durante as férias, sempre sonho em fazer algo que me proporcione paz, tranquilidade, nada de correrias, estresses, barulhos, inconvenientes, nada do que eu tenho durante o resto do ano.

Talvez eu esteja ficando velha muito rapidamente, mas alguém consegue imaginar aquela época de sol escaldante, suor por todos os poros, nervos a flor da pele, e você juntamente com sua família, sentirem aquela vontade irresistível de ir à praia? OK, foi uma vontade súbita. Ninguém pensou em praia no verão. Mas... Já que ficou combinado assim após o jantar, no dia seguinte a família pega as chaves da casa de praia (sempre localizada numa calma cidadezinha estrategicamente sem infraestrutura para receber mais do que uma única dezena de habitantes a mais), acordam de manhã cedinho para pegar a estrada. E é aqui que começa o que chamo de "o maior de todos os programas de índio". Incrível é que muitos concordam que isso é realmente um horror. Contudo, seguem o mesmo ritual todos os anos durante as férias. Ao que se deve essa insanidade? Inconsciente coletivo? Sei lá. Mas que é assim, é.

Não entra na minha cabeça, alguém usar seu tempo de férias para fazer algo que vai deixá-lo sabidamente com o pavio mais curto do que nunca, estressado, nervoso e, assim, carregando suas baterias para a volta ao trabalho ou às aulas com esta energia de primeira linha. A careca mais vermelha do que um pimentão, crianças com desidratação, pois tiveram de beber água do poço de algum vizinho prestativo (cidade sem infraestrutura é assim mesmo), braços e pernas marcados por uma "festa" dada pelos pernilongos tropicais, ávidos pelas férias de verão, puto porque gastou um horror de dinheiro em pedágio e passou umas 5 horas em engarrafamentos infindáveis, assistindo sua mulher brigando com as crianças que se estapeavam no banco trazeiro, enquanto os pneus com altíssima tecnologia, do seu moderno veículo, insistiam em não sair do seu estado de total inércia e, desse modo, fazendo com que você durante esta longa cena dantesca, poluísse o ar e contribuísse significativamente para o aquecimento global, sem contar o seu bolso, com os atuais preços dos combustíveis.

Legal mesmo é quando eu ouço esses relatos de pessoas que passaram por esta experiência de "quase morte", jurando por tudo o que há de mais sagrado, que jamais passará por isso outra vez. Nem sei se é pra rir mesmo, mas é o que faço, pois penso que todo esse processo delirante é feito pela maioria esmagadora das pessoas, inconscientemente, ou seja, elas fazem tudo isso durante vários dias como se estivessem com seus pilotos automáticos ligados. Talvez por isso, nem se dão conta do que estão fazendo, menos ainda pelo que estão passando.

Por que as pessoas não podem pura e simplesmente passarem seus dias de férias apenas SENDO FELIZES? Só isso. É muito mais barato, nada cansativo, incrivelmente ecológico, tem efeito imediato e total de relaxamento de corpo e mente, ao mesmo tempo que enrriquecedor para a alma, o espírito.



Que diacho de sociedade é essa que nos obriga a sermos e fazermos tudo padronizadamente? De uns anos pra cá, quem não viaja durante as férias (e até no feriados prolongados) é tido como fora do padrão. Que padrão, que rótulo? Quem os criou? Provavelmente alguém doente. Alguém que sofre do mal da falta de carinho, de amigos, de envolvimento com a natureza, de paz.



Que tal nas próximas férias você pensar mais em você mesmo do que naquilo que os outros pensarão de você? O planeta e seus habitantes (mesmo que muitos deles ainda não o saibam) agradecem.


Boas Férias !


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