quarta-feira, 23 de março de 2011

O Ordinário Blogueiro

A imprensa deve ser isenta e imparcial no seu trabalho de informar a população, estes são princípios fundamentais da profissão de jormalista. Só nesse exercício de busca da verdade e da imparcialidade já se deve procurar eliminar seus “preconceitos”. Caso contrário, o princípio torna-se mito.
Entre o Natal e o Ano Novo de 2010, mais exatamente no dia 26/12, li um texto assinado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, no seu blog Conversa Afiada, que falava da operação no complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, de modo abertamente parcial e em tom jocoso. Nada contra o tom jocoso. Longe de mim qualquer tipo de alusão à censura. Mas o texto que li era muito, muito pobre e vulgar. Senti-me indignada de ver que um jornalista “de nome” não teve o menor pudor em publicar aquelas palavras tão pobres e tão pequenas e ainda assinar embaixo. O texto é relativamente pequeno. Vejam o que li e o que aconteceu.

O jornalista Paulo Henrique Amorim

Por que FHC não mandou os anfíbios? FHC subiu o morro errado.
Publicado em 05/12/2010 no blog Conversa Afiada.

Este ordinário blogueiro voltou ao Complexo do Alemão nesta sexta-feira (03/12/2010). Conversou com um policial civil há oito anos na delegacia de entorpecentes e que conhecia o Alemão muito bem. “Conhecia”, porque há três anos não fazia o percurso até o alto do morro onde mataram o Tim Lopes. Durante três anos aquilo ali esteve sob controle dos traficantes.
Perguntei a ele se o Disque Denúncia ajudou muito a prender traficante. Ele explicou que o Disque Denúncia é arma dos traficantes também. Metade das “denúncias” é de traficantes que passam informações falsas, para desnortear a polícia. Como diria um respeitado pensador paulista, é “uma faca de dois legumes”. Ou seja, dizer que o carioca prendeu os traficantes, ao colaborar com a polícia através do Disque Denúncia, por exemplo, é acreditar em Papai Noel.
Aí, vem o Fernando Henrique Cardoso – pág. 2 do Estadão – dizer que “o Rio marcou um golaço. E digo bem: foi a cidade do Rio de Janeiro (que os cariocas chamam de “Rio” e nada mais, porque Rio só tem um … – PHA) e não apenas seu governo, a polícia ou as Forças Armadas.”
Literalmente, o Farol de Alexandria subiu o morro errado. Ele diz que foi ao Santa Marta. “Santa Marta” não existe no Rio. Só se for em Paraisópolis, Heliópolis, onde o FHC não põe os pés. No Rio, existe um “Dona Marta”. E por que ele diz que foi “o carioca”? Para menosprezar o papel decisivo do Lula, que mandou para lá os anfíbios da marinha. E o Johnbim só mandou os blindados do Exército, às pressas, porque ia ficar mal na foto. O Johnbim, serrista velho de guerra, Ministro do Farol, remanchou, remanchou e não ia mandar nada. Como o Fernando Henrique nunca mandou. Foi preciso o Beltrame e o Sergio Cabral estabelecer um vínculo mais antigo e técnico com áreas mecanizadas dos Fuzileiros Navais, para que o Lula se convencesse de que se tratava de uma “ameaça à ordem pública” e mandou os anfíbios. E o Exército e o Johnbim correram atrás.
O Fernando Henrique dá a impressão de que não governou o Brasil por oito anos. Que foi um Presidente Dutra de oito anos. Por que o Fernando Henrique não entrou no Alemão, com os anfíbios da Marinha? Os cariocas são os mesmos. Não mudaram nesses oito anos. Os que hoje “expulsaram” os traficantes, segundo o FHC, são os mesmos, antes, subjugados pelos traficantes. O que mudou? Os anfíbios. Sem os anfíbios que o Fernando Henrique não mandou, mas que o Lula mandou, sem os anfíbios não se subia o morro. Os caveirões ficavam presos lá embaixo, nas barricadas de concreto e trilho de trem. O Fernando Henrique podia ter mandado os anfíbios e não mandou. Por que? Porque no Governo (?) dele o problema no Alemão e do tráfico era do governo estadual. (Como se sabe, para o Padim Pade Cerra, é da Bolívia.) FHC não metia a mão nessas coisas. Era problema dos governadores. O Inferno eram (e são) os outros.
Ele preferia conversar com o Bill Clinton e receber título de professor Honoris Causae. Lamento muito, como carioca que sou, nascido na Glória e criado na zona norte, lamento mas não foram os cariocas que expulsaram o tráfico. Foram o Lula, o Sergio Cabral Filho, o Beltrame – e os anfíbios da Marinha. O Fernando Henrique tomou o Bonde errado. E subiu na favela errada.

Paulo Henrique Amorim

Diante do que li, deixei um comentário assumidadmente desaforado, sim, no blog Conversa Afiada. Quando vi o comentário a espera da “moderação”, tive um impulso de copiar e guardar aquele trecho publicado que dizia:
“Eliane Bonotto disse:
O seu comentário está aguardando moderação.

26 de dezembro de 2010 às 19:32”



Obviamente estou aguardando até hoje que a moderação daquele blog publique o meu comentário, transcrito abaixo.
“Caro ordinário blogueiro, consegui perceber muito bem porque você se auto-intitula “ordinário blogueiro”, seu texto é pobre e literalmente ordinário, nada além disso.
Todos sabem que no Rio há uma divergência quanto ao nome do morro que fica em Botafogo, o Santa ou Dona Marta. Muitos cariocas dizem um nome, outros tantos usam o outro nome, mas isso é totalmente irrelevante. Você só mencionou o fato como mais uma prova do seu texto ordinário.
Outra ponderação, se seu amigo, o policial civil há oito anos na delegacia de entorpecentes e que conhecia o Alemão muito bem, disse que o tráfico dominava o complexo há 3 anos, o problema cai no colo do presidente petista. E mesmo que o tráfico dominasse há 8 anos, tempo do seu amigo policial civil na delegacia de entorpecentes (e que conhecia muito bem o Alemão), ainda assim, matematicamente, o problema cairia no colo do Lula, que “govrenou” o Brasil por 8 anos.
Se eu estivesse no lugar do FHC, entre ler coisas como esse texto e conversar com Bill Clinton, eu escolheria o segundo, sem dúvida. Nada como conversar com quem tem intelecto e não com quem se diz intelectual.
Minhas condolências, Sr. jornalista que deu errado na carreira.


Hoje, meses depois, quando eu já nem me lembrava mais do ocorrido, relendo arquivos antigos, encontrei o texto do meu comentário que aguardava moderação. Resolvi publicá-lo no meu blog como forma singela de mostrar a covardia de algumas pessoas. Escrever é fácil. O papel e os editores eletrônicos de texto aceitam tudo. Difícil é assumir a assinatura que está abaixo do texto. Eu não sou jornalista e nem tenho esta pretensão. No entanto, no meu blog, tudo o que eu escrevo, eu assino embaixo. E mais do que isso, assumo o que escrevi e arco com as consequências da exposição das minhas ideias na internet, uma mídia sem fronteiras.

Observem nesse link como eu respondo aos comentários feitos no meu blog, que não tem moderação quanto à liberdade de expressão. Só não publico um comentário em caso de ofensas diretas a minha pessoa ou palavrões ou expressões que possam desrespeitar os meus leitores, coisa que nunca aconteceu. Talvez porque eu respeite as opiniões alheias. Além de ordinário, o blogueiro, Paulo Henrique Amorim, se acovardou, preconceituosamente, diante de um comentário contrário à sua opinião. No meu entendimento, isso significa não honrar seu próprio nome, pois que é ele (nosso nome) o portador dos nossos valores, do nosso caráter, dos nossos princípios. É lamentável ver que todos os comentários daquele post nada mais são do que "aplausos" para quem precisa de um palco.





2 comentários:

  1. Barbaridade! Não há outra coisa a dizer a não ser BARBARIDADE...

    Paulo Henrique Amorim, aliás, a Rede Record como um todo, adotou a política como força de manipulação sem nenhum pudor. São claramente jornalistas governistas pró-PT. Eu acho que cada um que apóie o que quiser, mas após a campanha eleitoral da Dilma, lotada de meias verdades e informações tendenciosas indutivas à massa de analfabetos funcionais de nosso Brasil "em desenvolvimento", tudo aquilo que venha para engrandecê-los me causa nojo.

    Esse foi um textos mais medíocres que já li. PHA, que já não era grande coisa, reduziu a si próprio a um punhadinho de sensacionalismo... uma mistura barata de Leão Lobo com Datena.

    Abraços!

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  2. Olá, Adriano. Pois é. Você sabe que dos três jornalistas (eu ia dizer profissionais, mas vi que a palavra não pode ser empregada nesse contexto) que vc mencionou, eu ainda fico só com o Leão Lobo?! Pq ele pelo menos faz aquilo que diz que faz. Fofoca com "artistas" de TV, ponto. É inócuo. Os outros dois... Sem comentários. A imprensa brasileira anda pra lá de tendenciosa. Pessoalmente, não gosto muito. Acho que a imprensa deveria ser imparcial, porque sua tarefa é relatar a verdade. Mas... Que verdade? Atualmente, acho que a verdade já nem existe mais. E há teóricos bem considerados no meio do jornalismo, que garantem que a imparcialidade na imprensa hoje é um "mito".

    Só que o moço aqui passou dos limites. Ele mesmo, querendo fazer jogo de palavras, ao se chamar de ordinário, entregou o ouro ao bandido, pois não tinha nem um tema consistente sobre o qual escrever. Aí, ficou ordinário mesmo. Pior é... Eu vou reclamar com quem? O blog é dele. Os comentérios são moderados, o que é um direito do blogueiro. E, na verdade, eu não tenho de reclamar de nada. Quem disse que eu tenho o direito de expressar minha opinião lá?! E depois tem mais, acho que pega até mal Eliane Bonotto lendo PHA. Foi mal.

    Abraços

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Tô só de olho em você...
Já ia sair de fininho sem deixar um comentário, né?!
Eu gosto de saber sua opinião sobre o que escrevo.
Não tem de ser só elogio... Quero sua opinião de verdade!